Do mesmo diretor de "Ei, you!" (2010) e "Cortina de Fumaça" (2010), Rodrigo Mac Niven, o documentário Armados estreia dia 19 de abril
(quinta-feira), às 21h, na programação do Canal Futura. A exibição marca o
lançamento da nova temporada da faixa Mundo.doc.
Vencedora do 2º Doc Futura,
pitching promovido em 2011 pelo Canal Futura, a obra traz à tona a polêmica
questão do desarmamento civil – a partir de entrevistas com representantes de
diferentes segmentos sociais: policiais, especialistas e parentes de vítimas do
tiroteio na escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo – e revela dados
impressionantes sobre o universo das armas.
Das 16 milhões de armas de fogo
que circulam no Brasil, 90% estão nas mãos da sociedade. Quase metade desse
armamento, cerca de 7,6 milhões, não está registrada. A ilegalidade impede o
rastreamento das armas e contribui para o baixo índice de resolução de crimes
no país: menos de 5%. Praticamente todos os cartuchos ilegais apreendidos em
território nacional, 95%, são de origem brasileira. A indústria e o comércio de
armas e munições no país registram faturamento de quase 1 bilhão de reais por
ano.
Ao apresentar diferentes
opiniões, a narrativa costurada pelo cineasta promove reflexões sobre o papel
das armas e o impacto da violência armada na população brasileira. Para o
diretor da Associação Brasileira de Profissionais de Segurança, Vinicius
Cavalcante, a comercialização de armas permite que os indivíduos exerçam o
direito à autoproteção. “A posse de armas de fogo é garantida pela
constituição brasileira”, lembra. Em oposição, a titular da Delegacia de
Repressão a Armas e Explosivos (Drae), Barbara Bueno, defende o desarmamento
voluntário e pondera: “A arma não é para defesa, ela serve para atacar”. A
Divisão de Fiscalização de Armas e Explosivos (Dfae) possui, atualmente, cerca
de 150 mil armas apreendidas pela Polícia Civil.
Pai de uma das doze vítimas do
tiroteio na EM Tasso da Silveira, ocorrido em abril de 2011, Raymundo Nazareth
salienta a falta de controle sobre as armas em circulação. “O revólver usado
para matar nossos filhos foi roubado há 18 anos. As armas se perdem e ninguém
acha. Elas servem para matar e não para defender”, enfatiza. Atingido por nove
tiros durante uma tentativa de assalto em 2000, Marcelo Yuka levanta uma
importante questão: é possível usar armas de fogo de forma segura na sociedade?
O filme trata de temas como a
reforma das polícias, a consolidação de dados sobre segurança pública visando à
melhoria das políticas em desenvolvimento, a proibição da venda de armas de
fogo aos cidadãos e, principalmente, a cultura da violência na sociedade
contemporânea.
Domingo 22 de abril, às 3h30 e 19h30
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