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Não é um detalhe. Ele não estava nervoso e atrapalhado.
Benzema não entoa a gloriosa “Marselhesa” jamais. “Não é porque eu canto que eu
vou marcar três gols. Se eu não cantar a ‘Marselhesa’ e marcar três gols, não
acho que no final do jogo alguém vai reclamar. Zidane, por exemplo, não
cantava. E há outros. Eu não vejo isso como um problema”, disse ele.
Benzema, como Zidane, seu ídolo e amigo, é filho de
imigrantes argelinos e é muçulmano. O silêncio é um protesto a uma letra que
fala: “Às armas, cidadãos/ formai vossos batalhões/ marchemos, marchemos! / Que
um sangue impuro / banhe o nosso solo”. É duramente criticado por essa atitude.
A Frente Nacional, de extrema direita, fundada por Jean Marie Le Pen, o chamou
de mercenário desleal e pediu seu banimento. “Ele não vê problema nisso. Bem, o
povo francês não veria nenhum problema se ele não estivesse mais no time”.
É uma falácia. Benzema, que também cravou dois contra
Honduras na estreia, faz toda a diferença para a França, uma equipe
majoritariamente de filhos de imigrantes. Além dele, o time tem Valbuena
(descendente de espanhois), Cabaye (de vietnamitas), Matuidi (angolanos), Sagna
(senegaleses), Varane (os pais são da Martinica).
Há três anos, o ex-técnico da seleção, Laurent Blanc, chegou
a sugerir que se limitasse o número de atletas não-brancos. Blanc queria uma
cota de 30% de descendentes de africanos na federação. Para sorte dos
franceses, a ideia não foi adiante.
Na Espanha, Benzema costuma ser chamado de “vendedor de
kebabs”. “Se marco gol, sou francês. Se não marco, sou árabe”, afirma. Karim
Benzema e seus colegas são um problema, sem dúvida, mas para os adversários.
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