Economista e astrônomo querem que o mundo inteiro esteja sob uma mesma hora
Um
carioca olha o relógio no Rio de Janeiro e são 13h, do dia 19 de fevereiro de
2012. É domingo de carnaval e hora de sair para assistir ao desfile no
Sambódromo. No mesmo momento, do outro lado do mundo, um morador de Pequim
acerta o alarme de seu despertador e também são 13h de 19 de fevereiro de 2012.
Mas é noite lá fora e ele se prepara para dormir e acordar, depois de oito
horas, às 21h, já com o dia claro, para ir ao trabalho. Como isso é possível? É
que ambos estão seguindo o novo calendário e hora universal propostos pelo
economista Steve Hanke e pelo astrônomo Richard Conn Henry.
Pelos
planos dos dois, da Universidade Johns Hopkins, nos EUA, o atual calendário
gregoriano, instituído em 1582 pelo Papa Gregório XIII, e os fusos com base no
Meridiano de Greenwich, Londres, seriam substituídos por um sistema fixo que
faria com que todas as datas caíssem sempre no mesmo dia da semana pelo resto
da História e todos os relógios do mundo marcariam sempre a mesma hora.
Hanke
explica que, no novo calendário, os anos continuariam a ser divididos em 12
meses, mas com quatro trimestres de 91 dias. Janeiro e fevereiro teriam 30 dias
cada e março, 31, seguidos por abril e maio com 30 dias e junho com 31, e assim
em diante. E para corrigir as discrepâncias com o início das estações, a cada
cinco ou seis anos dezembro ganharia uma semana inteira “extra”.
—
Há um reconhecimento geral de que o calendário gregoriano tem problemas que
devem ser abordados, mas até hoje todas as reformas propostas tinham defeitos —
lembra Hanke. — Historicamente, porém, o maior obstáculo tem sido as religiões,
que sempre se opuseram a esse tipo de mudança por não repeitarem o Sabá, o dia
semanal de descanso. Nosso calendário, no entanto, tem a vantagem de ser
“religiosamente neutro”, com o ano composto sempre por semanas completas de
sete dias.
Já
a proposta de abolição dos fusos horários e adoção de uma “hora universal” é
mais simples. Segundo ele, isso não quer dizer que pessoas como o hipotético
morador de Pequim passariam a ter que trabalhar de noite .
—
Continuaríamos a observar ciclos de 24 horas regidos pela luz do Sol, só nossos
relógios é que marcariam uma hora diferente.
Hanke
lembra que a China desde 1949 adota um fuso único apesar de, pela sua extensão
territorial, poder abranger até cinco horas diferentes.
Segundo
ele, tanto o calendário fixo quanto a hora universal têm o potencial de gerar
ganhos na economia globalizada de hoje. Os meses e trimestres com duração
uniforme, por exemplo, eliminariam as atuais discrepâncias na quantidade de
dias úteis sobre os quais calcular juros de investimentos, títulos e dívidas. Bolsas
de valores de regiões relativamente próximas em termos dos fusos atuais também
poderiam operar nos mesmos horários e compensações financeiras seriam feitas ao
mesmo tempo.
Por
fim, destaca o economista, está a mais clara vantagem do que chama de “dividendo
de harmonização permanente” proporcionado pelo novo calendário e hora
universal: sem diferenças regionais, a possibilidade de enganos na marcação de
compromissos internacionais, como teleconferências, é praticamente nula.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/ciencia/americanos-propoem-abolicao-dos-fusos-horarios-3773372#ixzz1kcnbjstS
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