É cada vez mais comum nas
manifestações populares ao longo do mundo nos depararmos com pessoas usando uma
máscara conhecida como Anonymous. Na verdade trata-se de um movimento bastante
amplo que vem ganhando força em todo o planeta e que tem como principal
ferramenta de articulação as redes sociais tais como Facebook e Twitter.
Bandeira do movimento. O homem de traje formal e sem cabeça representa a ausência de dirigentes |
O Símbolo – a origem da máscara
Guy Fawkes nasceu em
Iorque, 13 de abril de 1570 e morreu enforcado em Londres, no
dia 31 de janeiro de 1606. Fawkes foi um soldado inglês
católico que teve participação na “Conspiração da pólvora” (Gunpowder
Plot) na qual se pretendia assassinar o rei protestante Jaime
I da Inglaterra e todos os membros
do parlamento durante uma sessão em 1605, objetivando o início
de um levante católico. Guy Fawkes era o responsável por guardar
os barris de pólvora que seriam utilizados para explodir
o Parlamento do Reino Unido durante a sessão.
Prisão de Guy Fawkes |
Porém a conspiração foi desarmada
e após o seu interrogatório e tortura, São Guy Fawkes foi
executado na forca por traição e tentativa
de assassinato. Outros participantes da conspiração acabaram tendo o mesmo
destino. Sua captura é celebrada até os dias atuais no dia 5 de novembro,
na “Noite das Fogueiras” (Bonfire Night).
No filme V de Vingança (V for Vendetta, 2005) dos irmãos Wachowski
(criadores da trilogia Matrix) baseado na obra de quadrinhos V de Vingança, de Alan Moore, o personagem usa a famosa máscara de Guy Fawkes e, com isso, a tornou mundialmente famosa. E hoje é uma referência de revolução na cultura.
Essa caixa é vendida por U$ 130,00 na loja Etsy. Feita em madeira de lei, ela é uma caixa de emergência! Aquelas que você quebra se precisa “apagar algum fogo”:
![](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_tT7rwvbX8oytUwywgPRdEl9vv6ReSYvIzzEBEQfdKj9DbpBFbNwSXUwPbh2eaE3om6Wc7_GcAN8NhYhIoY-CZ_SJEfjk-OVXy8VxNSIxXYR-0dYtYyenqdWQ2-LOLgsyco2g=s0-d)
O Movimento
O nome Anonymous foi inspirado no
anonimato sob o qual os usuários postam imagens e comentários na Internet. O
uso do termo Anonymous no sentido de uma identidade iniciou-se nos imageboards.
Uma etiqueta de "anônimo" é dada aos visitantes que deixam
comentários sem identificar quem originou o conteúdo. Usuários de imageboards
algumas vezes brincavam de fingir como se Anonymous fosse uma pessoa real.
Enquanto a popularidade dos imageboards crescia, a ideia de Anonymous como um
grupo de indivíduos sem nome se tornou um meme da
internet.
Na sua forma inicial, o conceito
tem sido adotado por uma comunidade online descentralizada,
atuando de forma anônima, de maneira coordenada, geralmente em torno de um
objetivo livremente combinado entre si e voltado principalmente para o
entretenimento. A partir de 2008, o coletivo Anonymous ficou cada vez mais associado
ao hacktivismo colaborativo
e internacional, realizando protestos e outras ações, muitas vezes com o
objetivo de promover a liberdade na Internet e a liberdade de expressão. Ações creditadas
ao Anonymous são realizadas por indivíduos não identificados que atribuem o
rótulo de "anônimos" a si mesmos.
Anonymous não possui um líder ou
partido controlador, e depende do poder coletivo dos participantes em agir de
uma maneira que o resultado beneficie o grupo. "Qualquer um pode se tornar
Anonymous e trabalhar em direção a um certo objetivo..." um membro do
Anonymous explicou para o jornal Baltimore City Paper.
"Nós temos essa agenda, na qual todos concordamos, coordenamos e seguimos,
mas todos andam independentemente em sua direção, sem nenhum desejo de
reconhecimento. Queremos apenas fazer algo que sentimos que é importante que
seja feito..."
“Nós somos Anonymous. Nós somos
Legião. Nós não perdoamos. Nós não esquecemos. Esperem por nós.”
Os Eventos
Projeto Chanology
O grupo ganhou atenção mundial
com o Projeto Chanology, uma série de protestos contra a Igreja da Cientologia.
Em 14 de janeiro de 2008, um
vídeo produzido pela Igreja com uma entrevista com Tom Cruise vazou
para a Internet e foi enviado ao YouTube. A Igreja emitiu um pedido de
violação de direitos autorais contra o YouTube pedindo a remoção do vídeo. Em
resposta a isso, o grupo formulou o projeto. Eles consideram a ação da Igreja
da Cientologia contra o Youtube como uma forma de censura na
Internet. Os membros do Projeto Chanology organizaram uma série de ataques de
negação de serviço contra sites da Cientologia, e trotes aos centros da
igreja.
Protestos contra resultados da eleição presidencial de 2009 no Irã
Após as alegações de manipulação
dos resultados da eleição presidencial de
junho de 2009, que deram a vitória ao presidente Mahmoud Ahmadinejad, milhares de iranianos
participaram de manifestações de protesto.
Anonymous, juntamente com The Pirate
Bay e vários hackers iranianos lançaram um site de apoio ao Movimento Verde Iraniano,
chamado Anonymous Iran. O site foi apoiado por mais de 22.000
usuários em todo o mundo e permitiu a troca de informações entre o Irã e o
resto do mundo, apesar das tentativas do governo
iraniano de censurar notícias sobre os protestos enviadas pela
Internet
Primavera Árabe: Operação Egito e Operação Tunísia
Imagem espalhada durante a Operação Tunísia |
Os websites do governo da Tunísia foram
alvos do Anonymous devido à censura dos documentos da WikiLeaks e
da Revolução da Tunísia. Houve relatos de
tunisianos ajudando os ataques DDoS lançados pelo Anonymous. O
papel do Anonymous nos ataques DDoS contra os sites do governo da Tunísia
levaram a um aumento significativo no ativismo por
parte dos tunisianos contra o seu governo. Uma figura associada ao
Anonymous lançou uma mensagem online denunciando a repressão do governo sobre
os recentes protestos e a colocou no site do governo tunisiano. O
Anonymous nomeou seus ataques como "Operação Tunísia", e
realizou ataques DDoS com sucesso em oito websites do governo, que respondeu
tornando suas páginas inacessíveis para acessos de fora do país. A polícia
tunisiana prendeu ativistas online e bloggers de dentro do país, e os
interrogaram sobre os ataques. O website do Anonymous sofreu um ataque DDoS em
5 de Janeiro.
Durante a Revolução Egípcia de 2011, websites do
governo egípcio,
junto com websites do Partido Nacional Democrático,
foram hackeados e tirados do ar pelo Anonymous. Os sites permaneceram offline
até o Presidente Hosni Mubarak renunciar.
Anonymous se dividiu quanto
à Guerra Civil Líbia, enquanto uns hackearam os
websites do governo líbio e convenceram o host do website
pessoal do líder líbio, Muammar
Gaddafi, a tirar o site do ar, outros membros do grupo se aliaram ao
ditador, no que eles chamaram de "Operação Reação Razoável". Os
ataques pro-Gadaffi foram muito mal sucedidos, apenas conseguindo tirar do ar
uma minoria dos sites da oposição, mas por pouco tempo.
O Anonymous também liberou os
nomes e senhas de endereços de email de oficiais do governo do Oriente Médio,
em apoio à Primavera Árabe. Países afetados incluem
oficiais do Bahrein, Egito,Jordânia e Marrocos.
Operação Malásia
Em 15 de Junho de 2011, o grupo lançou ataques contra noventa
e um websites do governo da Malásia,
em resposta ao bloqueio de websites como WikiLeaks e The Pirate
Bay dentro do país, o que o grupo considerou como censura de
direitos humanos básicos à informação.
No início de Agosto, o Anonymous hackeaou o website do
Ministério da Defesa da Síria, e o substituiu com uma imagem da bandeira pré-Baath, um símbolo do movimento a favor da democracia no país,
assim como uma mensagem de apoio à Revolta na Síria e chamado aos
membros do Exército Sírio para desertarem e defenderem os protestantes.
Apoio ao Occupy Wall Street
Diversos membros do Anonymous
demonstraram apoio ao movimento Occupy Wall Street, atendendo aos protestos
locais e criando blogs que davam cobertura ao movimento.
Operação DarkNet
Em Outubro de 2011, o grupo
realizou uma campanha contra a pornografia infantil protegida por redes anônimas. Eles
derrubaram 40 sites de pornografia infantil, publicaram o nome de mais de 1500
pessoas que frequentavam essas páginas, e convidaram o FBI e a Interpol para
acompanhá-los.
Occupy Nigéria
Em solidariedade com o Occupy Nigéria, o
Anonymous juntou forças com o grupo "Frente Popular de Libertação" e
o "Naija Cyber Hacktivists of Nigeria". Anonymous prometeu "um
assalto implacável e devastador sobre os bens da web do governo da Nigéria".
Isso foi em protesto à remoção do subsídio de combustível, do qual a maioria da
população pobre nigeriana dependia para sobreviver. Como consequência da ação,
o preço do combustível e do transporte subiu muito, causando extrema
dificuldade para a maioria dos nigerianos. Em 13 de Janeiro, o website da
Comissão de Crimes Financeiros e Econômicos da Nigéria foi hackeado.
Operação Megaupload e Protesto anti-SOPA
Em 19 de Janeiro de 2012, o Megaupload,
um site que fornecia serviços de compartilhamento de arquivos, foi tirado
do ar pelo Departamento de Justiça dos Estados
Unidos e o FBI. Isso levou ao que Anonymous chamou de "o maior
ataque da história da Internet". Barret Brown, descrito como um
porta-voz do grupo Anonymous pela RT, disse que o momento do ataque
"não poderia ter vindo numa pior hora, em termos do ponto de vista do
governo". Com o protesto contra a SOPA tendo acontecido
no dia anterior, foi alegado que usuários da internet estavam "muito bem
preparados para defender uma internet livre".
A Revolução Polonesa e o ativismo anti-ACTA na Europa
Em 21 de Janeiro, foi realizada uma série de ataques DDoS contra websites
do governo da Polônia, pelos quais o Anonymous assumiu a responsabilidade e
se referiu como "a Revolução Polonesa". O grupo, através de sua
conta no Twitter, afirmou que era uma vingança pela futura assinatura do acordo ACTA pelo governo
polonês.
Iniciando com o bloqueio das páginas
sejm.gov.pl, do Primeiro Ministro Polonês, do Presidente, do Ministério da
Cultura e Patrimônio Nacional, e continuando depois com o bloqueio dos websites
da polícia, da Agência de Segurança Nacional e do Ministério de Relações
Estrangeiras. O ataque foi fortalecido pela cobertura da mídia, o que resultou
em um interesse de opinião pública extremamente alto, seguido pelo blackout de
populares websites poloneses no dia 24, e protestos contra a assinatura nos
dias 24 e 25 de Janeiro, com milhares de participantes em grandes cidades
polonesas. Outros alvos suspeitos foram as páginas do Paweł Graś,
o porta-voz do governo (bloqueado depois de Graś negar que qualquer ataque
tenha ocorrido), a página do Partido Popular Polonês (bloqueada após Eugeniusz Kłopotek, membro
do partido, apoiar a ACTA no ar em uma das maiores estações de TV). Páginas
governamentais na França e o Ministério da Justiça, Ministério da Economia e a
página do chanceler da Áustria também foram paralizados.
O texto em si não é lá de grande ineditismo, mas fiz questão de caprichar em alguns Links. Espero que gostem!
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