La Niña pode
provocar pandemias de influenza, diz pesquisa
Cientistas
constataram o fenômeno climático antes da proliferação da gripe
Publicado:17/01/12 - 13h14
Atualizado:17/01/12 - 14h38
RIO - As pandemias mundiais de influenza, que causaram mortes
generalizadas em 1918, 1957, 1968 e 2009, podem estar relacionadas à
meteorologia. Novo estudo examinou os padrões climáticos das pandemias e
constatou que elas foram sempre precedidas do fenômeno climático La Niña.
Os pesquisadores Jeffrey Shaman, da Universidade de Columbia, e Marc
Lipsitch, de Harvard, ressaltam em trabalho publicado na “Proceedings of the
National Academy of Sciences” (PNAS) que La Niña costuma alterar os padrões
migratórios de aves, que são reservatórios primários da gripe. Estas mudanças
podem facilitar o desenvolvimento de variedades mais perigosas de influenza.
Aos examinar a relação entre os padrões climáticos e as pandemias de
influenza, os pesquisadores observaram os registros de temperaturas no Oceano
Pacífico equatorial no outono e no inverno antes das quatro mais recentes
pandemias de gripe. Eles descobriram que todas as pandemias analisadas foram
precedidas por temperaturas superficiais do mar abaixo do normal: o que
corrobora com a formação de La Niña.
Os pesquisadores citam outro trabalho para relacionar a variação das
migrações de aves com La Niña. Estas condições podem favorecer um tipo de
alteração genética, ou um rearranjo genético, que cria variações do vírus da
influenza.
- Sabemos que as pandemias surgem de dramáticas mudanças no genoma da
influenza. Nossa hipótese é que La Niña dá as condições destas mudanças,
redefinindo os padrões de aves migratórias, que são os maiores reservatórios da
gripe - disse Jeffrey Shaman.
As mudanças na migração de aves não apenas influenciam o padrão de
contatos entre diferentes espécies de pássaros, como também alteram a interação
deles com animais domésticos, como porcos. Trocas de genes entre aves e porcos
estão entre as causas da pandemia de gripe suína de 2009.
De acordo com o Inpe, La Niña representa um fenômeno caracterizado
pelo esfriamento anormal nas águas superficiais do Oceano
Pacífico Tropical. No Brasil, os principais efeitos são chuvas mais volumosas
no norte da Região Norte e norte da Região Nordeste, além de diminuição da
precipitação no Sul. Este verão
deverá ser marcado pelo fenômeno climático.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/ciencia/la-nina-pode-provocar-pandemias-de-influenza-diz-pesquisa-3693493#ixzz1kac2fas5
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