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Do outro lado do Oceano Atlântico, no velho continente, os espanhóis iniciaram
o ano batendo um novo recorde de produção de energia eólica (em 16/1) com mais
de 345 mil MWh em um único dia. De acordo com as autoridades locais, a marca
equivale a quase 40% de toda geração de energia no país naquela data, incluindo
todas as demais fontes renováveis, nuclear e fósseis. O vento dominou a matriz
energética durante mais de dez horas, superando neste período os 14 mil
MW.
Na Austrália, maior exportador mundial de carvão (onde este recurso é
abundante), a produção de energia eólica já se tornou mais barata que a gerada
por termelétricas a carvão ou gás. Segundo o diretor da Bloomberg New Energy
Finance (BNEF), Michael Liebreich “a energia limpa é um agente de transformação
que promete virar de cabeça para baixo a economia dos sistemas de
energia”.
Outro
país que também festejou muito os resultados de 2012 foi a Alemanha. No ano
passado, o país registrou um aumento de 45% na produção de energia solar,
recorde histórico. Graças à instalação de mais 1,3 milhão de sistemas
fotovoltaicos, 8 milhões de residências foram abastecidas com energia solar
naquele país. O diretor da Associação da Indústria Solar da Alemanha afirmou
que os investimentos no setor quadruplicaram nos últimos três anos. Com a
produção em escala, o preço das placas fotovoltaicas caiu pela metade. Merece
registro o fato de que a Alemanha é um país com muito menos radiação solar do
que o Brasil.
Falando em Brasil, avançamos na expansão da energia eólica em nossa matriz
energética (o número de pessoas beneficiadas pela energia do vento no país é de
aproximadamente 12 milhões) e no crescimento dos coletores solares para aquecer
a água do banho (já são mais de 2,5 milhões de coletores instalados). Mas não
há ainda política definida para a produção de energia elétrica a partir do sol.
Fala-se abertamente no governo na inclusão das térmicas a óleo, carvão e gás
(hoje acionadas apenas em períodos de forte estiagem) na matriz energética.
Também se discute a construção de novas usinas nucleares, a exploração do gás
de xisto e, por fim, a construção de novas hidrelétricas em áreas de floresta
na Amazônia.
Se
temos em nosso favor o privilégio de poder realizar escolhas (na maioria dos
países o cardápio de opções energéticas é bem mais restrito que aqui), importa
agir com inteligência, visão de longo prazo, e considerar as novas diretrizes
que regem os investimentos globaisem energia. Emresumo: fontes fósseis (ainda
muito importantes e prevalentes no mundo) perdem progressivamente prestígio e
importância (o Brasil do pré-sal é uma das exceções). E pela velocidade com que
os países desenvolvidos investem em inovação tecnológica na direção de fontes
mais limpas, a “descarbonização” da matriz energética parece ser o norte
magnético da bússola. Certo é que as escolhas que o Brasil fizer nos próximos
anos serão determinantes para a maior ou menor inteligência de todo o sistema
elétrico do país para além do século XXI.
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