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terça-feira, agosto 16, 2011

Vazante


Imaginar um período de vazante mais acentuado no semi-árido nordestino é bastante comum. Incomum é imaginar que o período de seca cause tantos transtornos na região amazônica.
Pois é, a maior bacia hidrográfica do planeta padece no período de falta de chuvas, principalmente com a interrupção de suas hidrovias.
Assista aos dois vídeos abaixo!












Serviço Geológico do Brasil registra vazante recorde no Rio Amazonas

Baixa inédita foi verificada em Parintins (AM)
Rio Negro deve ultrapassar neste domingo mínimo já medido

Dennis Barbosa
Do Globo Amazônia, em São Paulo

O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) divulgou nesta sexta-feira (22) relatório em que aponta baixa recorde do Rio Amazonas na estação de medição de Parintins, verificada no local na quarta-feira (20). As aferições ali são feitas no município desde 1970. O nível estava 10 centímetros abaixo do menor já visto anteriormente, em 1997.




Menino brinca em parte do leito do Rio Negro que ficou sem água, perto de Manaus. 
Curso d´água deve ter baixa recorde neste fim de semana, informa o CPRM. (Foto: AFP)



Em Tefé (AM), barco encalhou em banco de areia. 
(Foto: Rodrigo Baleia/ Greenpeace/ Divulgação)


Com a seca que a região enfrenta, as estações de Careiro e Itapeua, no Rio Solimões, também chegaram aos seus níveis mais baixos já medidos. “Nesta semana está recorde em Careiro, Itapeua e Parintins. E vai continuar baixando mais. Ao contrário de Tabatinga, que já está subindo”, informa o gerente de hidrologia do CPRM, Daniel Oliveira.

Na semana passada, a estação de Tabatinga, no Alto Solimões havia registrado vazante recorde. Em Itapeua (comunidade situada no município de Coari), o nível da água medido na terça-feira (19) estava 98 centímetros abaixo do menor já verificado anteriormente, em 1998.

O Rio Solimões entra no Brasil perto de Tabatinga, na tríplice fronteira com a Colômbia e o Peru. Na altura de Manaus, ele conflui com o Rio Negro. Como explica Oliveira, por ter um volume maior de água, o Solimões influencia também o nível do Negro nas imediações da capital amazonense, e este deve registrar baixa recorde ainda neste fim de semana, provavelmente no domingo.

“O nível d’água baixou 1,13 m na última semana, tornando-se a segunda maior vazante registrada na série histórica que conta com dados diários desde 1902, faltando apenas 16 cm para atingir a vazante histórica de 1963, quando o nível ficou em 13,64 m”, explica relatório do CPRM.

A região do Alto Rio Negro tem sua época de seca em fevereiro, e, por isso, não tem nível baixo. Oliveira explica que, quando o Solimões tem nível alto, ele represa e aumenta o espelho d’água do Negro. Na seca, acontece o contrário, e o nível do segundo rio cai perto da foz.

A seca no Amazonas já fez com que 38 dos 62 municípios do estado decretassem situação de emergência, segundo informou a Defesa Civil. Mais de 62 mil famílias foram afetadas pela estiagem e pelo baixo nível dos rios, informa o governo.