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terça-feira, janeiro 31, 2012

Bem mais que "apenas" futebol ... Pesos e Medidas 2


Retomando o tema do Futebol enquanto retrato concentração ecônomica brasileira, aproveito para reproduzir aqui no Blog dois posts que o Rica Perrone colocou em seu Blog na última semana.

Espero que curtam! 


Originalmente postado por Rica Perrone em 23 de janeiro de 2012




Você já se perguntou ou discutiu num bar: “Qual é o melhor estadual do Brasil?”.  Independente do gosto por formatos, clubes ou estádios, a única coisa que pode ser medida sem paixão é o valor dos elencos e, portanto, dos envolvidos em cada estadual.

A Pluri Consultoria fez um levantamento especial e divulga primeiro aqui, no blog do RicaPerrone, o resultado entre os 4 maiores estaduais do país.
Antes de descobrir qual a ordem dos primeiros colocados, interessante lembrar que os demais foram:

5º – Paranaense (194,6 milhões)
6º – Baiano (138,5 milhões)
7º –  Pernambucano (124 milhões)
8º –  Catarinense (116 milhões)
9º –  Goiano (106 milhões)
10º –  Cearense (84,3 milhões)

Antes de apresentar os números, quatro questões básicas:
- Como se chega a este valor?

Com a soma do valor de mercado de cada um dos clubes participantes do campeonato.
- Como se avalia um  clube?

Com a soma do valor de mercado aproximado dos jogadores do elenco de cada clube.
- Quem disse isso?

A Pluri Consultoria, empresa brasileira que está se especializando em levantamentos desse tipo no futebol.

- Isso quer dizer que um campeonato é melhor que o outro?
Não. Isso quer dizer quais são os campeonatos que reunem mais jogadores valiosos no mercado.

Para que você entenda a tabela abaixo, basta saber que:
- O valor está em milhões de reais.
- Abaixo separamos apenas os grandes
- O quanto do valor total estes grandes representam
- O valor individual de cada clube grande


O que há para ser notado?
- O baixo valor de mercado do elenco do Palmeiras
- O quanto Neymar e Ganso fazem o Santos destoar
- Que São Paulo tem “os melhores pequenos”do país
- Cariocas, Mineiros e Gauchos tem “pequenos” semelhantes
- Os jogadores de maior “grife” estão no Rio. Mas notem que não há mais valor de mercado para Deco, Ronaldinho, entre outros mais velhos.
- Os números não tem relação com a questão técnica do jogo. Dizem respeito apenas a mercado.

Originalmente postado por Rica Perrone em 31 de janeiro de 2012

Torcedor nordestino, acho razoável sugerir que você comece a ser tratado com verdade e não com piedade.  Acho insuportável a mania de alguns em achar que o restante do Brasil os odeia ou os menospreza. Mas entendo que haja algum motivo pra isso, mesmo sem conseguir ver tão bem quanto vocês.
O futebol do norte/nordeste é alvo de grande discussão todo santo dia. Se não por algum grupo de torcedores exigindo mídia, se dizendo menosprezado, então por outro grupo fazendo campanha contra os que torcem pra times “do eixo”.
Seja lá qual for seu caso, acho mais importante tratar o assunto com fatos e números, não com paixão.
O futebol do nordeste não tem, hoje, a menor possibilidade de estar entre os grandes do país. Quando cito os grandes me refiro aos 12 maiores, com SP, RJ, MG e RS.  O que não torna Bahia, Vitória, Ceará, Sport, Santa Cruz e Náutico pequenos, note. Há um meio-termo entre o gigante e o nanico.
Mas aí você vai tentar discutir baseado em títulos, índice de público no estádio e outras centenas de bobagens que não fazem o menor sentido quando o debate se torna prático. O estudo da Pluri Consultoria desta semana acaba com boa parte da polêmica.
Neste post  levantamos os dados e o valor de mercado (elenco) dos times do “eixo”, como adoram dizer. Chegamos a números interessantes, como por exemplo a média de 170 milhões de reais ( já considerando a chegada de Vagner Love) por elenco dos 12 grandes. Sendo que esta média não considera a importância do jogador mas sim seu valor. Ou seja, Deco, mais velho, não faz grande peso no valor de elenco do Flu.

Confira o estudo da Pluri para as próximas considerações:




Vamos focar em 8 clubes, não nos 25.   A soma dos elencos dá 255 milhões, aproximadamente.  A conclusão é bem simples:
Tirando os medalhões que valem pelo espetáculo, grife e marketing mas não tem valor de revenda tão consideravel, casos de Deco, Ronaldinho, Abreu, Felipe, Juninho, Rogério Ceni, entre outros tantos, a soma dos 8 maiores clubes do nordeste é menor que o valor do time do Santos e pouco maior do que a média de cada time grande do país.
O Palmeiras, pior avaliado entre os 12 neste momento, tem o dobro do melhor avaliado do norte/nordeste.
Isso deve dizer alguma coisa, mesmo que o mais fanático torcedor não queira entender. E aí você me perguntará porque isso, se tem a ver com preconceito, etc, etc.
A questão não diz respeito a clubes, forma de administrar, nada disso. Como ressaltei acima, este valor é bem maior para os grandes se considerarmos quanto vale o que tem em campo, não apenas o seu valor de revenda, já que a idade anula este quesito.
O que está na hora de ser dito é que a chance disso mudar a médio prazo não é boa.  E não é fácil dizer isso sabendo que você atingirá milhões de torcedores que juram torcer por um clube que a qualquer momento vai a Tóquio, mas não vai.
Podemos exemplificar isso facilmente com o valor do PIB de cada região.
A região nordeste tem um PIB per capita de R$ 8.167,00, com 9 estados. A região Sul, com 3, tem 18.257,79.
A soma das regiões norte e nordeste, que tem 16 estados, não é maior que a região sul.  E isso é um número levantado pelo IBGE, não pelo Blog ou pela cabeça do blogueiro, ok?
Para base de comparação, o Sudeste tem R$ 21.182,68.
Você, teimoso, pode ainda insistir em achar que isso não tem importância. Mas tem.
Como disse outro dia, o futebol não é mais um esporte amador sustentado por 1 milhão de reais ao ano, como na era Bobô, entre outros. Hoje, menos amador, com cerca de 200 milhões por ano de receita estimada para um competitivo grande clube, acabou a possibilidade de igualar tudo no talento, na técnica e na sorte de ter um craque.
A realidade hoje é de um segundo escalão sendo muito bacana e  colocando os 12 no mesmo saco. Se houver uma separação mais criteriosa, capaz de alguns dos grandes estarem num “segundo escalão” e ainda jogarem os citados aqui para um terceiro. Mas sejamos mais razoáveis.
A questão, meus caros, é que todos os números apontam para uma conclusão lógica, não bairrista ou preconceituosa, como muitos acusam.
O futebol se tornou algo altamente caro. E tudo que é muito caro se centraliza nas capitais onde o poder aquisitivo é maior. Não a toa, infelizmente, na medida em que os valores subiram o futebol do norte/nordeste não acompanhou.
E em pouco tempo, infelizmente, não acompanhará.
Se ao invés de ler isso preferir o tratamento de “pena” que muitos dão, é direito seu.
Mas é fato que, hoje, se quiser disputar algo de grande porte, se quiser ser protagonista, terá que estar do lado daquela faixa nojenta e preconceituosa que diz: “vergonha do nordeste” pra torcedores de times BRASILEIROS maiores que os locais.

segunda-feira, janeiro 30, 2012

Essa natureza...


Árvores cobertas de teias de aranha no Paquistão


Como um estranho efeito colateral das enchentes (já ouviu falar do clima de Monções?- olha aqui) no Paquistão as aranhas foram obrigadas a procurar locais mais altos deixando as arvores da região com esse aspecto tenso. No final das contas, o fenômeno teve efeito positivo, com redução de mosquitos da malária.





domingo, janeiro 29, 2012

Bem mais que "apenas" futebol ... Racismo

Adaptado de Globoesporte.com


Suposto torcedor do Liverpool imita macaco durante jogo com o United

Atitude racista foi feita na direção do lateral Evra . Polícia local já prendeu um homem de 59 anos suspeito de ter cometido os gestos discriminatórios.


A imprensa inglesa publicou neste domingo a foto de um torcedor, provavelmente do Liverpool, imitando gestos de macaco durante o jogo dos Reds diante do Manchester United, no último sábado, pela Copa da Inglaterra.
A atitude racista foi flagrada pelas câmeras aos 23 minutos, quando Evra, dos Diabos Vermelhos, estava próximo da linha lateral. 



O jogador francês já havia sido chamado de “negro” pelo atacante Luis Suárez, do Liverpool, no ano passado. O uruguaio disse que não teve intenção discriminatória ou racista ao usar a palavra que, segundo ele, é usada de forma corriqueira no seu país. No entanto, apesar do pedido de desculpas, Suárez foi multado e suspenso por oito jogos.


A Polícia de Merseyside, em Liverpool, revelou que prendeu um homem de 59 anos que poderia ser ser o torcedor flagrado na foto. Ele foi levado a uma delegacia local para ser interrogado. Caso seja processado, ele poderá ser banido dos estádio..
Em nota oficial, o Liverpool condenou a atitude. Pelo Twitter, torcedores dos Reds também criticaram o torcedor, o chamando de “ser humano desgraçado”, “idiota”, entre outros palavras fortes, algumas de baixo calão.

Isso tudo vai muito além do sentimento racista. A onda intolerante vem crescendo na Europa  é consequência da política estatal de diminuição dos "benefícios" oferecidos a população, crise no sistema de Previdência Social e crescente desemprego. A insatisfação da população acaba atingindo os estrangeiros (mesmo os naturalizados), muitas vezes incentivados pelo próprio Estado, em outras palavras, o estrangeiro neste caso acaba servindo de  bode espiatório.

Outras notícias sobre o racismo no futebol.

Em caso de revolução, quebre o vidro!



É cada vez mais comum nas manifestações populares ao longo do mundo nos depararmos com pessoas usando uma máscara conhecida como Anonymous. Na verdade trata-se de um movimento bastante amplo que vem ganhando força em todo o planeta e que tem como principal ferramenta de articulação as redes sociais tais como Facebook e Twitter.

Bandeira do movimento. O homem de traje formal e sem cabeça representa a ausência de dirigentes



 O Símbolo – a origem da máscara
Guy Fawkes nasceu em Iorque, 13 de abril de 1570 e morreu enforcado em Londres, no dia 31 de janeiro de 1606. Fawkes foi um soldado inglês católico que teve participação na “Conspiração da pólvora” (Gunpowder Plot) na qual se pretendia assassinar o rei protestante Jaime I da Inglaterra e todos os membros do parlamento durante uma sessão em 1605, objetivando o início de um levante católico. Guy Fawkes era o responsável por guardar os barris de pólvora que seriam utilizados para explodir o Parlamento do Reino Unido durante a sessão.

Prisão de Guy Fawkes


Porém a conspiração foi desarmada e após o seu interrogatório e tortura, São Guy Fawkes foi executado na forca por traição e tentativa de assassinato. Outros participantes da conspiração acabaram tendo o mesmo destino. Sua captura é celebrada até os dias atuais no dia 5 de novembro, na “Noite das Fogueiras” (Bonfire Night).




No filme  V de Vingança (V for Vendetta, 2005) dos irmãos Wachowski (criadores da trilogia Matrix) baseado na obra  de quadrinhos V de Vingança,  de Alan Moore, o personagem usa a famosa máscara de Guy Fawkes e, com isso, a tornou mundialmente famosa. E hoje é uma referência de revolução na cultura.


Essa caixa é vendida por U$ 130,00 na loja Etsy. Feita em madeira de lei, ela é uma caixa de emergência! Aquelas que você quebra se precisa “apagar algum fogo”:






O Movimento

O nome Anonymous foi inspirado no anonimato sob o qual os usuários postam imagens e comentários na Internet. O uso do termo Anonymous no sentido de uma identidade iniciou-se nos imageboards. Uma etiqueta de "anônimo" é dada aos visitantes que deixam comentários sem identificar quem originou o conteúdo. Usuários de imageboards algumas vezes brincavam de fingir como se Anonymous fosse uma pessoa real. Enquanto a popularidade dos imageboards crescia, a ideia de Anonymous como um grupo de indivíduos sem nome se tornou um meme da internet.
Na sua forma inicial, o conceito tem sido adotado por uma comunidade online descentralizada, atuando de forma anônima, de maneira coordenada, geralmente em torno de um objetivo livremente combinado entre si e voltado principalmente para o entretenimento. A partir de 2008, o coletivo Anonymous ficou cada vez mais associado ao hacktivismo colaborativo e internacional, realizando protestos e outras ações, muitas vezes com o objetivo de promover a liberdade na Internet e a liberdade de expressão. Ações creditadas ao Anonymous são realizadas por indivíduos não identificados que atribuem o rótulo de "anônimos" a si mesmos.
Anonymous não possui um líder ou partido controlador, e depende do poder coletivo dos participantes em agir de uma maneira que o resultado beneficie o grupo. "Qualquer um pode se tornar Anonymous e trabalhar em direção a um certo objetivo..." um membro do Anonymous explicou para o jornal Baltimore City Paper. "Nós temos essa agenda, na qual todos concordamos, coordenamos e seguimos, mas todos andam independentemente em sua direção, sem nenhum desejo de reconhecimento. Queremos apenas fazer algo que sentimos que é importante que seja feito..."

“Nós somos Anonymous. Nós somos Legião. Nós não perdoamos. Nós não esquecemos. Esperem por nós.”


Os Eventos

Projeto Chanology

O grupo ganhou atenção mundial com o Projeto Chanology, uma série de protestos contra a Igreja da Cientologia.
Em 14 de janeiro de 2008, um vídeo produzido pela Igreja com uma entrevista com Tom Cruise vazou para a Internet e foi enviado ao YouTube. A Igreja emitiu um pedido de violação de direitos autorais contra o YouTube pedindo a remoção do vídeo. Em resposta a isso, o grupo formulou o projeto. Eles consideram a ação da Igreja da Cientologia contra o Youtube como uma forma de censura na Internet. Os membros do Projeto Chanology organizaram uma série de ataques de negação de serviço contra sites da Cientologia, e trotes aos centros da igreja.

Protestos contra resultados da eleição presidencial de 2009 no Irã

Após as alegações de manipulação dos resultados da eleição presidencial de junho de 2009, que deram a vitória ao presidente Mahmoud Ahmadinejad, milhares de iranianos participaram de manifestações de protesto.
Anonymous, juntamente com The Pirate Bay e vários hackers iranianos lançaram um site de apoio ao Movimento Verde Iraniano, chamado Anonymous Iran. O site foi apoiado por mais de 22.000 usuários em todo o mundo e permitiu a troca de informações entre o Irã e o resto do mundo, apesar das tentativas do governo iraniano de censurar notícias sobre os protestos enviadas pela Internet


Primavera Árabe: Operação Egito e Operação Tunísia

Imagem espalhada durante a Operação Tunísia
Os websites do governo da Tunísia foram alvos do Anonymous devido à censura dos documentos da WikiLeaks e da Revolução da Tunísia. Houve relatos de tunisianos ajudando os ataques DDoS lançados pelo Anonymous. O papel do Anonymous nos ataques DDoS contra os sites do governo da Tunísia levaram a um aumento significativo no ativismo por parte dos tunisianos contra o seu governo. Uma figura associada ao Anonymous lançou uma mensagem online denunciando a repressão do governo sobre os recentes protestos e a colocou no site do governo tunisiano. O Anonymous nomeou seus ataques como "Operação Tunísia", e realizou ataques DDoS com sucesso em oito websites do governo, que respondeu tornando suas páginas inacessíveis para acessos de fora do país. A polícia tunisiana prendeu ativistas online e bloggers de dentro do país, e os interrogaram sobre os ataques. O website do Anonymous sofreu um ataque DDoS em 5 de Janeiro.
Durante a Revolução Egípcia de 2011, websites do governo egípcio, junto com websites do Partido Nacional Democrático, foram hackeados e tirados do ar pelo Anonymous. Os sites permaneceram offline até o Presidente Hosni Mubarak renunciar.
Anonymous se dividiu quanto à Guerra Civil Líbia, enquanto uns hackearam os websites do governo líbio e convenceram o host do website pessoal do líder líbio, Muammar Gaddafi, a tirar o site do ar, outros membros do grupo se aliaram ao ditador, no que eles chamaram de "Operação Reação Razoável". Os ataques pro-Gadaffi foram muito mal sucedidos, apenas conseguindo tirar do ar uma minoria dos sites da oposição, mas por pouco tempo.
O Anonymous também liberou os nomes e senhas de endereços de email de oficiais do governo do Oriente Médio, em apoio à Primavera Árabe. Países afetados incluem oficiais do BahreinEgito,Jordânia e Marrocos.

Operação Malásia

Em 15 de Junho de 2011, o grupo lançou ataques contra noventa e um websites do governo da Malásia, em resposta ao bloqueio de websites como WikiLeaks e The Pirate Bay dentro do país, o que o grupo considerou como censura de direitos humanos básicos à informação.





Operação Síria

No início de Agosto, o Anonymous hackeaou o website do Ministério da Defesa da Síria, e o substituiu com uma imagem da bandeira pré-Baath, um símbolo do movimento a favor da democracia no país, assim como uma mensagem de apoio à Revolta na Síria e chamado aos membros do Exército Sírio para desertarem e defenderem os protestantes.

Apoio ao Occupy Wall Street

Diversos membros do Anonymous demonstraram apoio ao movimento Occupy Wall Street, atendendo aos protestos locais e criando blogs que davam cobertura ao movimento.


Operação DarkNet

Em Outubro de 2011, o grupo realizou uma campanha contra a pornografia infantil protegida por redes anônimas. Eles derrubaram 40 sites de pornografia infantil, publicaram o nome de mais de 1500 pessoas que frequentavam essas páginas, e convidaram o FBI e a Interpol para acompanhá-los.


Occupy Nigéria

Em solidariedade com o Occupy Nigéria, o Anonymous juntou forças com o grupo "Frente Popular de Libertação" e o "Naija Cyber Hacktivists of Nigeria". Anonymous prometeu "um assalto implacável e devastador sobre os bens da web do governo da Nigéria". Isso foi em protesto à remoção do subsídio de combustível, do qual a maioria da população pobre nigeriana dependia para sobreviver. Como consequência da ação, o preço do combustível e do transporte subiu muito, causando extrema dificuldade para a maioria dos nigerianos. Em 13 de Janeiro, o website da Comissão de Crimes Financeiros e Econômicos da Nigéria foi hackeado.

Operação Megaupload e Protesto anti-SOPA

Em 19 de Janeiro de 2012, o Megaupload, um site que fornecia serviços de compartilhamento de arquivos, foi tirado do ar pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos e o FBI. Isso levou ao que Anonymous chamou de "o maior ataque da história da Internet". Barret Brown, descrito como um porta-voz do grupo Anonymous pela RT, disse que o momento do ataque "não poderia ter vindo numa pior hora, em termos do ponto de vista do governo". Com o protesto contra a SOPA tendo acontecido no dia anterior, foi alegado que usuários da internet estavam "muito bem preparados para defender uma internet livre".

A Revolução Polonesa e o ativismo anti-ACTA na Europa

Em 21 de Janeiro, foi realizada uma série de ataques DDoS contra websites do governo da Polônia, pelos quais o Anonymous assumiu a responsabilidade e se referiu como "a Revolução Polonesa". O grupo, através de sua conta no Twitter, afirmou que era uma vingança pela futura assinatura do acordo ACTA pelo governo polonês.

Iniciando com o bloqueio das páginas sejm.gov.pl, do Primeiro Ministro Polonês, do Presidente, do Ministério da Cultura e Patrimônio Nacional, e continuando depois com o bloqueio dos websites da polícia, da Agência de Segurança Nacional e do Ministério de Relações Estrangeiras. O ataque foi fortalecido pela cobertura da mídia, o que resultou em um interesse de opinião pública extremamente alto, seguido pelo blackout de populares websites poloneses no dia 24, e protestos contra a assinatura nos dias 24 e 25 de Janeiro, com milhares de participantes em grandes cidades polonesas. Outros alvos suspeitos foram as páginas do Paweł Graś, o porta-voz do governo (bloqueado depois de Graś negar que qualquer ataque tenha ocorrido), a página do Partido Popular Polonês (bloqueada após Eugeniusz Kłopotek, membro do partido, apoiar a ACTA no ar em uma das maiores estações de TV). Páginas governamentais na França e o Ministério da Justiça, Ministério da Economia e a página do chanceler da Áustria também foram paralizados.



O texto em si não é lá de grande ineditismo, mas fiz questão de caprichar em alguns Links. Espero que gostem!


sexta-feira, janeiro 27, 2012

Bem mais que "apenas" futebol... - Política e Religião nas Ilhas Briânicas


Mais uma sobre o "esporte bretão", que como eu já havia dito, é mais que "apenas" um jogo. Além de esporte mais popular do planeta, é a representação perfeita da sociedade.

Essa notícia foi publicada no Blog Bola de Meia em 16 de novembro de 2010

Com medo dos protestantes, técnico pede para atacante não rezar



O técnico Alex Ferguson, do Manchester United, pediu ao atacante mexicano Chicharito Hernández que não fizesse o ritual religioso que costuma praticar antes das partidas no jogo  contra o Glasgow Rangers, da Escócia, pela Liga dos Campeões da Europa.
Chicharito sempre se ajoelha e reza antes dos jogos quando já está no gramado. E Ferguson, nascido em Glasgow, teme reações da torcidado Rangers, composta na sua maioria por protestantes.
Segundo informações da imprensa inglesa, torcedores do Rangers já estão preparando ameaças ao mexicano em sites de relacionamento na internet. Por isso Ferguson conversou com seu jogador para que ele fizesse uma exceção nesta partida. Os próprios dirigentesdo Glasgow Rangers já pediram para Chicharito não expressar sua religiosidade.
Na Escócia, a torcida do Rangers tem tradição protestante, enquanto os fãs do Celtic, outro grande clube do país, são na sua maioria católicos.

Um excelente exemplo da questão que envolve  política e religião nas Ilhas Britânicas.

Bem mais que "apenas" Futebol - Como o Futebol Explica o Mundo (Matéria da Super Interessante)


Muito além de 22 marmanjos correndo atrás de uma bola. O esporte mais popular do planeta é também reflexo da sociedade em que vivemos


O Brasil foi jogar bola no Haiti e isso não teve nada a ver com preparação para a próxima Copa. Quem estava em campo era a diplomacia. Para comprovar, basta ver a cobertura da televisão: em vez da Fifa, era a ONU que aparecia nas imagens. No lugar do centroavante, era o presidente do país que atraía a atenção dos repórteres. Não foi a primeira nem será a última vez que futebol e política se misturaram.

É por causa dessa proximidade que alguns estudiosos olham para o gramado e enxergam um retrato perfeito da sociedade. A bola está na moda entre os analistas políticos.
Se você nunca tinha pensado que 22 jogadores em campo podem resumir o mundo, deve estar com uma dúvida: por que justamente o futebol, e não o cinema ou a literatura? “A arte sempre será produto da imaginação de uma pessoa. O futebol é parte da comunidade, da economia, da estrutura política. É um microcosmo singular”, diz o jornalista americano Franklin Foer, autor de How Soccer Explains the World (“Como o Futebol Explica o Mundo”, sem tradução para o português). Não apenas singular, mas global. É o esporte mais popular do planeta. Uma fama, aliás, que tem razões pouco esportivas. “O futebol nasceu na Inglaterra numa época em que os ingleses tinham um império e viajavam por muitos países. Ferroviários levaram a bola para a América do Sul, petroleiros para o Oriente Médio”, afirma Foer.



Mas não vá confundir o papel do esporte. Ele faz entender, mas não muda o mundo. “Não se trata de uma força revolucionária capaz de transformar uma nação. É apenas um enorme espelho que reflete a sociedade em que vivemos”, diz Simon Kuper, autor de Football against the Enemy (“Futebol contra o Inimigo”, sem versão brasileira). A bola está em jogo: nas próximas páginas, você vai ver como o futebol explica...

A Reforma protestante
Na Escócia, quando Glasgow Rangers e Celtic se enfrentam, estão dando continuidade a uma rivalidade que começou antes de o futebol existir. Mais exatamente no século 16, quando a Reforma protestante varreu o país matando católicos. Muitos morreram. Os que sobraram passaram o tempo acalentando a fidelidade ao papa, o sonho de independência e, mais tarde, o amor ao Celtic. Do outro lado da cidade, os protestantes se aliaram à monarquia inglesa e fundaram o Rangers – em que, até 1989, católico nenhum podia entrar.
Se rivalidade pode ser medida, Rangers e Celtic fazem o clássico de maior rivalidade do mundo. O ódio mortal desafia todos os intelectuais que afirmam que a civilização aplaca a barbárie e dissemina a tolerância. Glasgow é uma cidade rica, culturalmente criativa, politicamente liberal. E mesmo assim algumas de suas figuras mais proeminentes são capazes de ir ao estádio cantar hinos como “estamos mergulhados até o joelho em seu sangue”.
Católicos e protestantes se matando parece coisa da Irlanda do Norte, você deve pensar. Acontece que por lá não há mais espaço para esse tipo de convivência. O católico Belfast Celtic fechou suas portas em 1949, após uma partida em que a briga das arquibancadas chegou ao gramado e jogadores foram espancados. Com a ajuda da polícia. Pela paz da nação, deixaram o futebol de lado.

A guerra Iugusláva
Quando o juiz apitou o início de Dínamo Zagreb versus Estrela Vermelha, em 1990, começou uma guerra sangrenta. Naquele dia, a união de repúblicas que formava a Iugoslávia foi sepultada.
O visitante Estrela Vermelha vinha de Belgrado, na Sérvia, capital iugoslava. O Dínamo era de Zagreb, da separatista Croácia. E os torcedores estavam lá para protestar: o estádio se transformara num caldeirão nacionalista. Quando a briga começou, um helicóptero teve de resgatar do campo os jogadores do Estrela Vermelha. Os croatas haviam estocado pedras para o ataque. As grades que separavam as torcidas desapareceram – foram dissolvidas com ácido. Os sérvios não recuaram. Pela primeira vez em 50 anos a Iugoslávia vivia um confronto étnico. Para os que defendiam um conflito armado, era a gota d’água.
Futebol e guerra não se separariam mais. E no centro desse casamento estava o Estrela Vermelha. O chefe das torcidas organizadas era um sujeito conhecido como Arkan, que mais tarde seria apontado como um dos maiores criminosos de guerra da Iugoslávia. Arkan recrutava torcedores mais violentos para atuar como paramilitares na Bósnia – entre os atrativos, ele oferecia visitas de jogadores do Estrela Vermelha para combatentes feridos. Estima-se que esses torcedores-soldados tenham matado cerca de 2 mil pessoas. A maioria civis. Quase todos com requintes de crueldade.

O Irã
Não há solo tão fértil para o florescimento de teorias conspiratórias como o do Oriente Médio. Uma delas diz que o governo do Irã sabota a seleção de futebol. Faltam evidências para acreditar na tese. Mas que os chefes muçulmanos torcem contra, isso eles torcem. E com motivo.
A rixa começou quando o regime do xá Reza Pahlevi fez do esporte um sinônimo de modernidade. Mesquitas eram confiscadas e davam lugar a campinhos. O xá era fanático pelo Taj, de Teerã. Sua esposa, pelo rival Persépolis.
Ao tomarem o poder, em 1979, fundamentalistas tentaram cooptar o esporte, cercando o campo com placas “publicitárias” anti-Israel e Estados Unidos. Não deu certo, e o futebol tornou-se símbolo da resistência. “No estádio você pode gritar contra o regime. É o único lugar livre. Focos oposicionistas nascem lá”, diz Simon Kuper. Jovens tomam a arquibancada para pedir reformas. Pior: atletas como Beckham, cabeludo, tatuado e mulherengo, vendem um estilo de vida que influencia adolescentes e assombra religiosos. Pior ainda: se a seleção vai bem, a euforia toma conta do país e faz até as mulheres exigirem participar da festa, aos gritos de “não fazemos parte desse país?”. É muita subversão para um aiatolá só.

Os comunistas
Como quase tudo no mundo comunista, o futebol soviético era infestado pela burocracia. A cada clube correspondia uma parte do poder: o CSKA pertencia ao Exército, o Dínamo Moscou à KGB, o Lokomotiv, adivinhem, era dos ferroviários. Só o Spartak Moscou não era de ninguém. Quer dizer, pertencia a um louco chamado Nikolai Starostin, que por conta da ousadia de possuir um time foi defenestrado para a Sibéria.
Na ditadura soviética, torcer era um ato político. Foi nos estádios, durante jogos do Yerevan Ararat ou do Dínamo Tblisi, que países como Armênia e Geórgia começaram suas lutas pela independência. Starostin, no entanto, fundou seu time não para bajular oficiais do governo, mas para agradar fãs de futebol. A massa adorou. O governo nem tanto. Quando o Spartak foi bicampeão em 1938 e 1939, deram um jeito de condenar o cartola a dez anos no gulag stalinista – onde, ironicamente, era disputado pelos chefes dos campos para ser técnico do time. Enquanto isso, na capital, o regime iniciou seu expurgo da história. O rosto e o nome de Starostin sumiram de fotos e registros oficiais. O tratamento clássico destinado aos inimigos do comunismo.
Na Alemanha Oriental, o queridinho do governo era o Dínamo, de Berlim. Assim como grande parte dos clubes de mesmo nome na Cortina de Ferro, o Dínamo era o time da polícia secreta. Não é surpresa, portanto, que tenha ganhado dez títulos nacionais seguidos nos anos 70 e 80. “Nos regimes comunistas, todo dinheiro ia para a capital. E essa política incluía também o futebol”, diz Simon Kuper. O clube vivia um paradoxo: provavelmente era ao mesmo tempo o clube mais vitorioso e o mais odiado do mundo. Quando não estava dando pitacos no time, sua diretoria se reunia na cúpula da Stasi, como era conhecida a brutal polícia secreta alemã. Sendo assim, berlinense que gostava de futebol odiava o Dínamo e sonhava em reencontrar o Hertha Berlim, o time que ficara do lado ocidental da cidade quando o muro foi erguido. No primeiro jogo após a unificação da Alemanha, o estádio do Hertha recebeu 59 mil torcedores – num jogo da segunda divisão. Então os alto-falantes agradeceram a presença do corpo de diretores do Dínamo Berli. Houve revolta nas arquibancadas. No jogo seguinte, o público pagante não passou de 16 mil pessoas.

Collor e Lazzaroni
O técnico Sebastião Lazzaroni e o presidente Fernando Collor têm em comum mais do que terem sido escorraçados de seus cargos. Talvez você tenha esquecido, mas o Brasil foi eliminado da Copa sob a tutela de Lazzaroni, em 1990. Mesmo ano em que Collor assumiu a Presidência. Além de contemporâneos, eles foram ícones de uma onda que varreu o país na virada da década: a febre dos importados.
Era uma fase em que idolatrávamos o que vinha de fora – a solução dos problemas.

Bem mais que "apenas" futebol - Pesos e medidas...


Não é segredo pra ninguém a paixão que tenho pelo futebol, contudo minha paixão não é apenas pela parte esportiva do tema, mas também pelas características sociais, econômicas, políticas e tantas outras que o Futebol pode demonstrar.

Comento com meus alunos o seguinte aspecto:
Pensemos na Série A do Campeonato Brasileiro. Quantos times são do Centro-Sul?  E do Nordeste? E do Norte?

Em 2011, dos 20 clubes da série A, nada menos que 18 clubes pertenciam ao Centro-Sul (11 do SE, 6 do Sul e 1 do CO) e 2 do Nordeste.

No campeonato deste ano a distribuição é bem semelhante. São 17 do Centro-sul  (12 do SE, 4 do Sul e 1 do CO) e 3 do Nordeste.

Em outras palavras a tabela do nosso Brasileirão é um retrato quase que perfeito da concentração de recursos e infraestrutura que possuímos no país.

Ano passado li esse post no Blog do RicaPerrone que fala um pouco sobre o citado acima.

MANUAL DE INSTRUÇÕES


Eu costumo receber e-mails e twitts revoltados de torcedores de Coritiba, Bahia, Ceará, Figueirense, Sport, entre outros todo santo dia. O tema é sempre o mesmo: “Porque meu time não está na sua lista?”.

Então, pra acabar com a pentelhação, vou responder bem desenhadinho.

Posso fazer meu blog com um conteúdo bem melhor focando em 12 clubes do que fazendo média com 30. Para o torcedor, mesmo que seja do Brasil de Pelotas, o time dele é sempre grande e merece mais do que tem, logo, ignoro 99% dos e-mails e choros que recebo.

A questão é bastante simples. Eu optei por usar como público alvo do blog os torcedores dos 12 maiores clubes do país. E essa escolha é minha, o que responde 90% das perguntas.

Tipo assim: “Mas porque?!”
Porque sim.

Aí você vai me dizer que acha um menosprezo eu citar seu time fora dos grandes. Mas entenda, não estar entre os 12 maiores não te coloca na situação de nanico. Te coloca apenas abaixo dos 12.

É evidente por qualquer lista não acéfala levantada que os 12 maiores clubes do país são estes. São os de maior torcida, os que tem mais títulos, maior receita, maior exposição de mídia, os mais badalados jogadores e o histórico mais rico do país. Goste você ou não, é isso. O seu pode ser o décimo terceiro com 1 segundo atrás. Mas, está atrás.

“Ah eu discordo!”, você dirá. “Ok, ignore meu blog”, eu direi.
Não estou escondendo em momento algum: Meu blog é feito pras 12 maiores torcidas do país. E é este meu público alvo. Se você não é, sem problemas. Churrascaria é feita pra quem gosta de churrasco, o que não agride os  vegetarianos. É só não ir lá.

Eu não vou entrar na discussão de que 1 milhão de torcedores no Rio/SP/MG/Sul valem mais do que 2 milhões no Norte Nordeste exatamente porque a paixão cega as pessoas e eu não inventei o mercado do futebol.  É só você ver quanto custa e descobrirá que ou estão todos loucos ou então há um motivo.

Seu time vale menos? Não, claro que não. Ele é menos “importante”? Sim, é.

Goste você ou não, culpe Deus, o passado, a Globo, o Galvão ou a Mae Dinah, o país é assim. O poder economico dos estados é diferente e isso tem peso na relevância de cada clube. Um time da Nova Zelandia pode contratar o elenco do Barcelona inteiro. Ele não valerá metade do Barcelona.

Concorda? Tá com Novazelandiafobia? Não, né? Então não enche meu saco por ouvir de mim o que os números e valores de mercado dizem claramente pra quem tem um pingo de bom senso.

Eu não acho que a grandeza dos clubes seja medida por títulos, CT, estádio e só. A importância envolve história, estrutura, torcida, rivalidade, entre outros mil detalhes.
Você dirá assim: “Mas o Galo ganhou um brasileiro e mais nada!” E eu te direi que ele é tão grande, mas tão grande que ainda sem tantos títulos é o grande problema da vida do bicampeão da Libertadores Cruzeiro.

Ter um grande rival ajuda uma barbaridade na grandeza de um clube. Sem o Real, o Barcelona tá morto.

E é óbvio a qualquer mercado que um estado com 4 grandes valha mais do que um com 2. Pois há mais discussão, mídia e espaço para expor sua marca.

O que me dá o direito de interpretar que São Paulo, Rio, Minas e Rio Grande do Sul são os 4 estados que movem a maior parte do futebol brasileiro. Seja na tv, na roda de bar, nas competições sulamericanas, nas marcas vendidas, nos jogadores famosos do passado, do presente e no que mais você quiser discutir.

Essa é a minha opinião, baseada em números.

Você discorda? Não tem problema. Mas respeita a minha que eu respeito a sua.
O blog vai continuar tendo conteúdos de qualidade focando nos 12 e, quando possível,  nos 20.

Mas o meu foco é nos 12, que junto com a torcida do “nenhum”, somam 93% dos torcedores do país.

Tá explicado?

Então, se não gostou e seu time não é um dos meus 12 queridinhos, ao invés de escrever um e-mail que eu não vou ler, só faça um favor a nós dois: Não volte!
Quando você quer demais a atenção de alguém fica claro que esse alguém é importante pra você. Seja maior, me ignore.

“Grande merda você achar meu time pequeno, Perrone?!”, é o que mais leio. Se é grande merda, então ignore. Tá preocupado comigo porque?

Grandes não gritam que são grandes. Apenas são.


Ainda no clima, indico a seguinte leitura: