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domingo, janeiro 29, 2012

Em caso de revolução, quebre o vidro!



É cada vez mais comum nas manifestações populares ao longo do mundo nos depararmos com pessoas usando uma máscara conhecida como Anonymous. Na verdade trata-se de um movimento bastante amplo que vem ganhando força em todo o planeta e que tem como principal ferramenta de articulação as redes sociais tais como Facebook e Twitter.

Bandeira do movimento. O homem de traje formal e sem cabeça representa a ausência de dirigentes



 O Símbolo – a origem da máscara
Guy Fawkes nasceu em Iorque, 13 de abril de 1570 e morreu enforcado em Londres, no dia 31 de janeiro de 1606. Fawkes foi um soldado inglês católico que teve participação na “Conspiração da pólvora” (Gunpowder Plot) na qual se pretendia assassinar o rei protestante Jaime I da Inglaterra e todos os membros do parlamento durante uma sessão em 1605, objetivando o início de um levante católico. Guy Fawkes era o responsável por guardar os barris de pólvora que seriam utilizados para explodir o Parlamento do Reino Unido durante a sessão.

Prisão de Guy Fawkes


Porém a conspiração foi desarmada e após o seu interrogatório e tortura, São Guy Fawkes foi executado na forca por traição e tentativa de assassinato. Outros participantes da conspiração acabaram tendo o mesmo destino. Sua captura é celebrada até os dias atuais no dia 5 de novembro, na “Noite das Fogueiras” (Bonfire Night).




No filme  V de Vingança (V for Vendetta, 2005) dos irmãos Wachowski (criadores da trilogia Matrix) baseado na obra  de quadrinhos V de Vingança,  de Alan Moore, o personagem usa a famosa máscara de Guy Fawkes e, com isso, a tornou mundialmente famosa. E hoje é uma referência de revolução na cultura.


Essa caixa é vendida por U$ 130,00 na loja Etsy. Feita em madeira de lei, ela é uma caixa de emergência! Aquelas que você quebra se precisa “apagar algum fogo”:






O Movimento

O nome Anonymous foi inspirado no anonimato sob o qual os usuários postam imagens e comentários na Internet. O uso do termo Anonymous no sentido de uma identidade iniciou-se nos imageboards. Uma etiqueta de "anônimo" é dada aos visitantes que deixam comentários sem identificar quem originou o conteúdo. Usuários de imageboards algumas vezes brincavam de fingir como se Anonymous fosse uma pessoa real. Enquanto a popularidade dos imageboards crescia, a ideia de Anonymous como um grupo de indivíduos sem nome se tornou um meme da internet.
Na sua forma inicial, o conceito tem sido adotado por uma comunidade online descentralizada, atuando de forma anônima, de maneira coordenada, geralmente em torno de um objetivo livremente combinado entre si e voltado principalmente para o entretenimento. A partir de 2008, o coletivo Anonymous ficou cada vez mais associado ao hacktivismo colaborativo e internacional, realizando protestos e outras ações, muitas vezes com o objetivo de promover a liberdade na Internet e a liberdade de expressão. Ações creditadas ao Anonymous são realizadas por indivíduos não identificados que atribuem o rótulo de "anônimos" a si mesmos.
Anonymous não possui um líder ou partido controlador, e depende do poder coletivo dos participantes em agir de uma maneira que o resultado beneficie o grupo. "Qualquer um pode se tornar Anonymous e trabalhar em direção a um certo objetivo..." um membro do Anonymous explicou para o jornal Baltimore City Paper. "Nós temos essa agenda, na qual todos concordamos, coordenamos e seguimos, mas todos andam independentemente em sua direção, sem nenhum desejo de reconhecimento. Queremos apenas fazer algo que sentimos que é importante que seja feito..."

“Nós somos Anonymous. Nós somos Legião. Nós não perdoamos. Nós não esquecemos. Esperem por nós.”


Os Eventos

Projeto Chanology

O grupo ganhou atenção mundial com o Projeto Chanology, uma série de protestos contra a Igreja da Cientologia.
Em 14 de janeiro de 2008, um vídeo produzido pela Igreja com uma entrevista com Tom Cruise vazou para a Internet e foi enviado ao YouTube. A Igreja emitiu um pedido de violação de direitos autorais contra o YouTube pedindo a remoção do vídeo. Em resposta a isso, o grupo formulou o projeto. Eles consideram a ação da Igreja da Cientologia contra o Youtube como uma forma de censura na Internet. Os membros do Projeto Chanology organizaram uma série de ataques de negação de serviço contra sites da Cientologia, e trotes aos centros da igreja.

Protestos contra resultados da eleição presidencial de 2009 no Irã

Após as alegações de manipulação dos resultados da eleição presidencial de junho de 2009, que deram a vitória ao presidente Mahmoud Ahmadinejad, milhares de iranianos participaram de manifestações de protesto.
Anonymous, juntamente com The Pirate Bay e vários hackers iranianos lançaram um site de apoio ao Movimento Verde Iraniano, chamado Anonymous Iran. O site foi apoiado por mais de 22.000 usuários em todo o mundo e permitiu a troca de informações entre o Irã e o resto do mundo, apesar das tentativas do governo iraniano de censurar notícias sobre os protestos enviadas pela Internet


Primavera Árabe: Operação Egito e Operação Tunísia

Imagem espalhada durante a Operação Tunísia
Os websites do governo da Tunísia foram alvos do Anonymous devido à censura dos documentos da WikiLeaks e da Revolução da Tunísia. Houve relatos de tunisianos ajudando os ataques DDoS lançados pelo Anonymous. O papel do Anonymous nos ataques DDoS contra os sites do governo da Tunísia levaram a um aumento significativo no ativismo por parte dos tunisianos contra o seu governo. Uma figura associada ao Anonymous lançou uma mensagem online denunciando a repressão do governo sobre os recentes protestos e a colocou no site do governo tunisiano. O Anonymous nomeou seus ataques como "Operação Tunísia", e realizou ataques DDoS com sucesso em oito websites do governo, que respondeu tornando suas páginas inacessíveis para acessos de fora do país. A polícia tunisiana prendeu ativistas online e bloggers de dentro do país, e os interrogaram sobre os ataques. O website do Anonymous sofreu um ataque DDoS em 5 de Janeiro.
Durante a Revolução Egípcia de 2011, websites do governo egípcio, junto com websites do Partido Nacional Democrático, foram hackeados e tirados do ar pelo Anonymous. Os sites permaneceram offline até o Presidente Hosni Mubarak renunciar.
Anonymous se dividiu quanto à Guerra Civil Líbia, enquanto uns hackearam os websites do governo líbio e convenceram o host do website pessoal do líder líbio, Muammar Gaddafi, a tirar o site do ar, outros membros do grupo se aliaram ao ditador, no que eles chamaram de "Operação Reação Razoável". Os ataques pro-Gadaffi foram muito mal sucedidos, apenas conseguindo tirar do ar uma minoria dos sites da oposição, mas por pouco tempo.
O Anonymous também liberou os nomes e senhas de endereços de email de oficiais do governo do Oriente Médio, em apoio à Primavera Árabe. Países afetados incluem oficiais do BahreinEgito,Jordânia e Marrocos.

Operação Malásia

Em 15 de Junho de 2011, o grupo lançou ataques contra noventa e um websites do governo da Malásia, em resposta ao bloqueio de websites como WikiLeaks e The Pirate Bay dentro do país, o que o grupo considerou como censura de direitos humanos básicos à informação.





Operação Síria

No início de Agosto, o Anonymous hackeaou o website do Ministério da Defesa da Síria, e o substituiu com uma imagem da bandeira pré-Baath, um símbolo do movimento a favor da democracia no país, assim como uma mensagem de apoio à Revolta na Síria e chamado aos membros do Exército Sírio para desertarem e defenderem os protestantes.

Apoio ao Occupy Wall Street

Diversos membros do Anonymous demonstraram apoio ao movimento Occupy Wall Street, atendendo aos protestos locais e criando blogs que davam cobertura ao movimento.


Operação DarkNet

Em Outubro de 2011, o grupo realizou uma campanha contra a pornografia infantil protegida por redes anônimas. Eles derrubaram 40 sites de pornografia infantil, publicaram o nome de mais de 1500 pessoas que frequentavam essas páginas, e convidaram o FBI e a Interpol para acompanhá-los.


Occupy Nigéria

Em solidariedade com o Occupy Nigéria, o Anonymous juntou forças com o grupo "Frente Popular de Libertação" e o "Naija Cyber Hacktivists of Nigeria". Anonymous prometeu "um assalto implacável e devastador sobre os bens da web do governo da Nigéria". Isso foi em protesto à remoção do subsídio de combustível, do qual a maioria da população pobre nigeriana dependia para sobreviver. Como consequência da ação, o preço do combustível e do transporte subiu muito, causando extrema dificuldade para a maioria dos nigerianos. Em 13 de Janeiro, o website da Comissão de Crimes Financeiros e Econômicos da Nigéria foi hackeado.

Operação Megaupload e Protesto anti-SOPA

Em 19 de Janeiro de 2012, o Megaupload, um site que fornecia serviços de compartilhamento de arquivos, foi tirado do ar pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos e o FBI. Isso levou ao que Anonymous chamou de "o maior ataque da história da Internet". Barret Brown, descrito como um porta-voz do grupo Anonymous pela RT, disse que o momento do ataque "não poderia ter vindo numa pior hora, em termos do ponto de vista do governo". Com o protesto contra a SOPA tendo acontecido no dia anterior, foi alegado que usuários da internet estavam "muito bem preparados para defender uma internet livre".

A Revolução Polonesa e o ativismo anti-ACTA na Europa

Em 21 de Janeiro, foi realizada uma série de ataques DDoS contra websites do governo da Polônia, pelos quais o Anonymous assumiu a responsabilidade e se referiu como "a Revolução Polonesa". O grupo, através de sua conta no Twitter, afirmou que era uma vingança pela futura assinatura do acordo ACTA pelo governo polonês.

Iniciando com o bloqueio das páginas sejm.gov.pl, do Primeiro Ministro Polonês, do Presidente, do Ministério da Cultura e Patrimônio Nacional, e continuando depois com o bloqueio dos websites da polícia, da Agência de Segurança Nacional e do Ministério de Relações Estrangeiras. O ataque foi fortalecido pela cobertura da mídia, o que resultou em um interesse de opinião pública extremamente alto, seguido pelo blackout de populares websites poloneses no dia 24, e protestos contra a assinatura nos dias 24 e 25 de Janeiro, com milhares de participantes em grandes cidades polonesas. Outros alvos suspeitos foram as páginas do Paweł Graś, o porta-voz do governo (bloqueado depois de Graś negar que qualquer ataque tenha ocorrido), a página do Partido Popular Polonês (bloqueada após Eugeniusz Kłopotek, membro do partido, apoiar a ACTA no ar em uma das maiores estações de TV). Páginas governamentais na França e o Ministério da Justiça, Ministério da Economia e a página do chanceler da Áustria também foram paralizados.



O texto em si não é lá de grande ineditismo, mas fiz questão de caprichar em alguns Links. Espero que gostem!


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