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segunda-feira, junho 30, 2014

Bem Mais Que Apenas Futebol - Tem coisas que só uma Copa do Mundo Faz por um País

Há quem diga que Organização das Nações Unidas (ONU) a entidade global que melhor representa a união dos povos e o espírito de integração dos países no pós-guerra. 

Porém uma outra entidade parece ao menos competir lado a lado com a ONU quando o assunto é representar e unir as nações ao redor do globo: a FIFA

Sim, a Fifa tem mais membros que a ONU: 209 filiados, contra 193.

Mas como uma entidade esportiva pode atrair mais países que um órgão político do calibre da ONU?

É que a Fifa é bem mais flexível na hora de aceitar novos membros: ela reconhece como "país" diversos territórios que, na verdade, não têm tal status político. 

Neste sentido, o esporte é usado como importante ferramenta de construção da identidade e valorização de uma nação. A história está repleta de episódios onde isso pôde ser observado com muita clareza, como por exemplo o título mundial Alemanha recém reunificada em 1990 ou a resistência dos ucranianos em torno do Dínamo frente a dominação Soviética.


Tem coisas que só uma Copa do Mundo faz por um país.
Jornalista da Costa Rica escrevendo sua matéria após a classificação 
de sua seleção às quartas de final da Copa do Mundo no Brasil.

UPDATE






Portanto, basta ter uma federação de futebol, um escudo e uma camisa para ser reconhecido, pelo menos esportivamente, uma nação.

Veja a seguir os 20 países que fazem parte da Fifa, mas não da ONU:

1. Aruba
Uma lha na costa da Venezuela, pertencente ao
império dos Países Baixos. Na FIFA desde 1988.
2. Guam
Uma pequena ilha norte-americana no Pacífico, 
na região da Micronésia. Na FIFA desde 1996

3. Anguillas
Pequenas ilhas na região do Caribe, pertencentes ao Império 
Britânico, com cerca de 15 mil habitantes. Na FIFA desde 1996.


4. Curaçao
A ilha próxima à costa da Venezuela, pertencente 
às antigas Antilhas Holandesas. Na FIFA desde 1932.

5. Hong Kong
Região administrativa especial da China,
 Hong Kong. Entrou na FIFA em 1954.

6. Ilhas Cayman 
Um arquipélago localizado  ao o sul de Cuba e pertencem
 ao Império Britânico. Integram a  FIFA desde 1992. 

7. Ilhas Virgens Britânicas
Arquipélago caribenho, pertencente 
ao Império Britânico. Na FIFA desde 1996.
8. Bermuda
A pequena ilha de Bermuda fica no Atlântico Norte e é
uma possessão britânica. Na FIFA desde 1962.



9. Ilhas Cook
No pacífico, associadas à Nova Zelândia de forma
 independente. Na FIFA desde 1994.



10. Ilhas Faroe
Pequenas ilhas pertencentes à Dinamarca e localizadas
entre a Islândia e  a Escócia. Na FIFA desde 1988.

11. Ilhas Virgens Americanas
Pequenas ilhas caribenhas, vizinhas de Porto Rico, 
pertencentes aos EUA. Na FIFA desde 1998. .

12. Macau
Antiga colônia portuguesa, atualmente região 
administrativa especial da China. Na FIFA desde 1978.

13. Montserrat
Território ultramarino inglês no 
Caribe. Na FIFA desde 1996.

14. Nova Caledônia
Arquipélago na Oceania, entre Nova Zelândia e 
Austrália, na FIFA desde 2004.

15. Palestina
Território reconhecido pela maioria dos membros da ONU, mas em disputa territorial com Israel
 (compreende região da Faixa de Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental). Na FIFA desde 1998.


16. Porto Rico
Território caribenho, em livre associação com os 
Estados Unidos. Na FIFA desde 1960.


17. Samoa Americana
Ilha localizada na Polinésia, dependência dos 
Estados Unidos. Na FIFA desde 1998

18. Taiti
Maior ilha da Polinésia Francesa, localizada
no Pacífico Sul. Na FIFA desde 1990.

19. China Taipei
Taipei Chinesa é nome dado à República da China - ou Formosa -, que controla 
territórios ultramarinos, sendo Taiwan o principal deles. Na FIFA desde 1954.


20. Turcas & Caícos
Território ultramarino britânico na região do Caribe, próximo
 a Haiti e República Dominicana. Na FIFA desde 1998.


sexta-feira, junho 27, 2014

Bem Mais Que Apenas Futebol - Eu Etiqueta



Há quem diga que o futebol romântico começou a morrer em 21 de junho de 1970 no estádio Asteca, ajoelhado no gramado, 30 segundos, cadar
ços afrouxados e amarrados.

Esse talvez tenha sido o primeiro grande golpe de marketing esportivo da história. Era a primeira final de Copa do Mundo transmitida ao vivo e a cores da história, um público de aproximadamente 200 milhões de pessoas e a PUMA já havia arquitetado junto com Pelé uma encenação que exporia sua marca como nunca antes ao custo de 25 mil dólares à vista e mais 100 mil por 4 anos de contrato além de 10%  sobre cada par de chuteiras vendidas. 

A FIFA notificou a marca Blue Man por
marketing na sunga de Neymar
LEIA AQUI
Existem rumores de que a versão real é a de que Pelé, que usava chuteiras Adidas, concorrente histórica da Puma, com medo de utilizar chuteiras novas justamente na partida mais importante do torneio e machucar seus pés, pintou o par já amaciado, escondendo as tradicionais 3 listras da Adidas e colocando por cima a faixa tradicional da Puma. O ato fica ainda mais saboroso quando se leva em conta a rivalidade entre as duas marcas. Dois irmãos, os alemães Rudolf e Adolf Dassler, abriram uma fábrica de sapatos na cidade de Herzogenaurach. Após uma briga feia, decidiram separar a empresa. Adolf fundou a Adidas – seu apelido era Adi. Rudolf criou a Puma. Os irmãos permaneceram brigados até o fim da vida e mesmo na morte. Eles foram enterrados em lugares distantes do mesmo cemitério.

Neymar é filho de Pelé


Nascidos no mesmo berço, jovens prodígios, camisas 10, Neymar segue de perto os passos e ao que parece as estratégias de marketing de Pelé.

Parecia um gesto distraído, sem propósito, um ato de teatro como deve ser uma eficiente peça de marketing. Ontem, no jogo contra o Atlético de Madri, pela Liga dos Campeões, Neymar levantou ao menos cinco vezes a camisa do Barcelona, deixando à mostra a cueca da marca Lupo, com a qual tem patrocínio. Quase sem querer. O short estava abaixado, e o logotipo estava bem à mostra. Todo mundo nega tudo. Neymar diz que não foi de propósito – até porque esse tipo de propaganda é proibido pela Fifa e pela Uefa. A marca diz que não pediu nada.



Essa história toda me fez lembrar do poema Eu etiqueta de Carlos Drummond de Andrade.

Eu Etiqueta
Em minha calça está grudado um nome
que não é meu de batismo ou de cartório,
um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
que jamais pus na boca, nesta vida.
Em minha camiseta, a marca de cigarro
que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produto
que nunca experimentei
mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
de alguma coisa não provada
por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
minha gravata e cinto e escova e pente,
meu copo, minha xícara,
minha toalha de banho e sabonete,
meu isso, meu aquilo,
desde a cabeça ao bico dos sapatos,
são mensagens,
letras falantes,
gritos visuais,
ordens de uso, abuso, reincidência,
costume, hábito, premência,
indispensabilidade,
e fazem de mim homem-anúncio itinerante,
escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É doce estar na moda, ainda que a moda
seja negar minha identidade,
trocá-la por mil, açambarcando
todas as marcas registradas,
todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
eu que antes era e me sabia
tão diverso de outros, tão
mim-mesmo,
ser pensante,
sentinte e solidário
com outros seres diversos e conscientes
de sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio,
ora vulgar ora bizarro,
em língua nacional ou em qualquer língua
(qualquer, principalmente).
E nisto me comprazo, tiro glória
de minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
para anunciar, para vender
em bares festas praias pérgulas piscinas,
e bem à vista exibo esta etiqueta
global no corpo que desiste
de ser veste e sandália de uma essência
tão viva, independente,
que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
meu gosto e capacidade de escolher,
minhas idiossincrasias tão pessoais,
tão minhas que no rosto se espelhavam,
e cada gesto, cada olhar,
cada vinco da roupa
resumia uma estética?
Hoje sou costurado, sou tecido,
sou gravado de forma universal,
saio da estamparia, não de casa,
da vitrina me tiram, recolocam,
objeto pulsante mas objeto
que se oferece como signo de outros
objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
de ser não eu, mas artigo industrial,
peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é coisa.
Eu sou a coisa,
coisamente.
Carlos Drummond de Andrade


terça-feira, junho 24, 2014

Bem Mais Que Apenas Futebol - Benzema e a Marsellesa

O melhor em campo na partida em que a França atropelou a Suíça, Karim Benzema perdeu um pênalti, fez dois gols (o segundo não valeu por que o juiz caprichosamente havia apitado o fim da partida), deu duas assistências — e não cantou o hino.

Não é um detalhe. Ele não estava nervoso e atrapalhado. Benzema não entoa a gloriosa “Marselhesa” jamais. “Não é porque eu canto que eu vou marcar três gols. Se eu não cantar a ‘Marselhesa’ e marcar três gols, não acho que no final do jogo alguém vai reclamar. Zidane, por exemplo, não cantava. E há outros. Eu não vejo isso como um problema”, disse ele.

Execução do hino francês na partida contra a Suíça

Benzema, como Zidane, seu ídolo e amigo, é filho de imigrantes argelinos e é muçulmano. O silêncio é um protesto a uma letra que fala: “Às armas, cidadãos/ formai vossos batalhões/ marchemos, marchemos! / Que um sangue impuro / banhe o nosso solo”. É duramente criticado por essa atitude. A Frente Nacional, de extrema direita, fundada por Jean Marie Le Pen, o chamou de mercenário desleal e pediu seu banimento. “Ele não vê problema nisso. Bem, o povo francês não veria nenhum problema se ele não estivesse mais no time”.

É uma falácia. Benzema, que também cravou dois contra Honduras na estreia, faz toda a diferença para a França, uma equipe majoritariamente de filhos de imigrantes. Além dele, o time tem Valbuena (descendente de espanhois), Cabaye (de vietnamitas), Matuidi (angolanos), Sagna (senegaleses), Varane (os pais são da Martinica).

Há três anos, o ex-técnico da seleção, Laurent Blanc, chegou a sugerir que se limitasse o número de atletas não-brancos. Blanc queria uma cota de 30% de descendentes de africanos na federação. Para sorte dos franceses, a ideia não foi adiante.

Na Espanha, Benzema costuma ser chamado de “vendedor de kebabs”. “Se marco gol, sou francês. Se não marco, sou árabe”, afirma. Karim Benzema e seus colegas são um problema, sem dúvida, mas para os adversários. 

Bem Mais Que Apenas Futebol - Carta de Lugano aos Uruguaios, a Identidade de um povo.

Daqui a poucas horas o Uruguai entra em campo para decidir seu futuro na Copa do Mundo frente contra a Itália e como bom capitão, Diego Lugano escreveu uma mensagem para o restante do grupo:


segunda-feira, junho 23, 2014

Bem Mais Que Apenas Futebol - Vai ao Itaquerão? Se liga na Onça!


Poster que exclui o o Acre

A Copa do Mundo é uma excelente ocasião para não só os gringos conhecerem, mas também nós redescobrirmos nosso próprio país. 

Não estou aqui para ser "o chato" e exigir precisão geográfica em um mapa turístico, mas a FIFA, que já havia lançado um poster com o contorno do território do Brasil excluindo o Acre (sim ele existe), me fez pensar um pouquinho... 

Se entendi bem, a onça tá rugindo pertinho de Itaquerão, cajus abundam na Floresta Amazônica,  a capoeira é típica do sertão nordestino, bem pra lá do São Francisco. OPA! A Jules Rimet sumida, que pensavam ter sido derretida, está entocada lá pelas bandas do Pantanal. 


Adaptado do post do Prof Hélion Póvoa 

sábado, junho 21, 2014

Bem Mais Que Apenas Futebol - Copa do Mundo do Brasil tem 85 jogadores naturalizados


Mais uma vez os irmãos Boateng entram juntos em campo para disputar uma partida de Copa do Mundo. Fato inusitado? Sim, mas não pelo fato de serem irmãos. São inúmeros casos de irmãos que disputaram Copas do mundo juntos. A curiosidade se dá pelo fato de os dois serem adversários, um defende a seleção da Alemanha e o outro a seleção de Gana. Kevin-Prince e Jerome, nascidos em Berlim, são filhos do mesmo pai, ganês e de mães alemães, irmãos, optaram por defender países diferentes.

Agora, defender países diferentes de seu nascimento não é fato incomum. A Copa do Brasil tem mais de 80 jogadores naturalizados. O destaque fica pra Argélia com 18 de seus 23 componentes nascidos na França.

Daí vem a pergunta: Como seriam as seleções da Copa sem jogadores imigrantes?  

Com a crise econômica instalada há quase uma década e com o avanço da extrema-direita na Europa, cresce o debate sobre a participação dos imigrantes na sociedade de um modo geral e, inclusive, nas seleções de futebol. 


Na Europa não existem só os torcedores racistas atirando bananas para o campo, mas os partidos políticos de extrema direita estão ganhando terreno como na França e na Holanda. 

Atualmente, a maioria dos Hooligans alemães são neonazistas. E este ano a Suíça votou para reduzir a imigração, desafiando o espírito das leis que permitem aos cidadãos a liberdade de circulação em toda a União Europeia.



Se definido amplamente a um “estrangeiro” como qualquer pessoa com pelo menos um progenitor nascido em outro país, a equipe suíça perderia dois terços de seus jogadores. França e Holanda ficariam muito desfalcados para a Copa do Mundo no Brasil e poderiam não conseguir passar nem da primeira fase. Já Argélia, Gana e Turquia seriam as equipes que teriam mais reforços.

Levando-se em consideração apenas o local de nascimento, seriam 85 os naturalizados.

Observe a lista a seguir.
Estrangeiros da Copa
Jogador
Seleção
País de nascimento
Podolski
Alemanha
Polônia
Klose
Alemanha
Polônia
Cédric Mohamed
Argélia
França
Bougherra
Argélia
França
Ghoulam
Argélia
França
Yebda
Argélia
França
Lacen
Argélia
França
Ghilas
Argélia
França
Feghouli
Argélia
França
Brahimi
Argélia
França
Medjani
Argélia
França
Slimani
Argélia
França
Bentaleb
Argélia
França
Soudani
Argélia
França
Cadamuro
Argélia
França
Taider
Argélia
França
Mandi
Argélia
França
Mahrez
Argélia
França
Mostefa
Argélia
França
M’Bolhi
Argélia
França
Higuaín
Argentina
França
Vidosic
Austrália
Croácia
Vanden Borre
Bélgica
República Democrática do Congo
Spahic
Bósnia e Herzegóvina
Croácia
Kolasinac
Bósnia e Herzegóvina
Alemanha
Besic
Bósnia e Herzegóvina
Alemanha
Misimovic
Bósnia e Herzegóvina
Alemanha
Mujdza
Bósnia e Herzegóvina
Croácia
Hajrovic
Bósnia e Herzegóvina
Suíça
Assou-Ekotto
Camarões
França
Choupo-Moting
Camarões
Alemanha
Itandje
Camarões
França
Matip
Camarões
Alemanha
Nyom
Camarões
França
Albornóz
Camarões
Suécia
Valdívia
Chile
Venezuela
Bolly
Costa do Marfim
Noruega
Akpa-Akpro
Costa do Marfim
França
Sio
Costa do Marfim
França
Bamba
Costa do Marfim
França
Duarte
Costa Rica
Nicarágua
Corluka
Croácia
Bósnia e Herzegóvina
Lovren
Croácia
Bósnia e Herzegóvina
Jelavic
Croácia
Bósnia e Herzegóvina
Sammir
Croácia
Brasil
Kovacic
Croácia
Áustria
Eduardo da Silva
Croácia
Brasil
Diego Costa
Espanha
Brasil
Brooks
Estados Unidos
Alemanha
Diskerud
Estados Unidos
Noruega
Jones
Estados Unidos
Alemanha
Chandler
Estados Unidos
Alemanha
Johnson
Estados Unidos
Alemanha
Evra
França
Senegal
Mavuba
França
Angola
Boateng
Gana
Alemanha
Andre Ayew
Gana
França
Kwarasey
Gana
Noruega
Jordan Ayew
Gana
França
Adomah
Gana
Inglaterra
Kone
Grécia
Albânia
Vyntra
Grécia
República Tcheca
Holebas
Grécia
Alemanha
Indi
Holanda
Portugal
De Guzman
Holanda
Canadá
Sterling
Inglaterra
Jamaica
Beitashour
Irã
Estados Unidos
Davari
Irã
Alemanha
Thiago Motta
Itália
Brasil
Paletta
Itália
Argentina
Gotoku Sakai
Japão
Estados Unidos
Miguel Ponce
México
Estados Unidos
Brizuela
México
Estados Unidos
Odemwingie
Nigéria
Uzbequistão
Pepe
Portugal
Brasil
William Carvalho
Portugal
Angola
Éder
Portugal
Guiné-Bissau
Nani
Portugal
Cabo Verde
Xhaka
Suíça
Kosovo
Behrami
Suíça
Kosovo
Fernandes
Suíça
Cabo Verde
Mehmedi
Suíça
Macedônia
Djourou
Suíça
Costa do Marfim
Shaqiri
Suíça
Kosovo
Muslera
Uruguai
Argentina