AEK e Federação prometem punição a jogador que teria feito
gesto nazista
Instituição máxima do futebol grego lembra que Fifa prevê
pena máxima de banimento do esporte para meia que comemorou gol com movimento
polêmico
Uma polêmica envolveu a vitória do AEK Atenas sobre o Veria,
por 2 a 1, no Campeonato Grego. Após marcar o gol que decretou o triunfo do seu
time, o meia Giorgos Katidis aparentemente teria comemorado com um gesto de
saudação nazista, o que revoltou parte da torcida do próprio time. O clube do
jogador emitiu um comunicado oficial em seu site pedindo desculpas pela atitude
do seu atleta e afirmou que o Conselho vai decidir, na próxima terça-feira,
qual punição será aplicada ao jogador.
A Federação Grega de Futebol também decidiu entrar no caso e
convocou uma reunião extraordinária de sua secretaria executiva para a manhã
deste domingo. Segundo a nota, a instituição “condena inequívoca e
categoricamente” os gestos de Katidis, e cede o seu apoio para que os órgãos
que julgam este tipo de caso apliquem a pena com o máximo rigor. O comunicado
ainda lembra que, segundo instruções da Fifa, o jogador pode até ser banido do
esporte.
Apesar de lamentar o episódio, a HFF assinala que a atitude
não foi totalmente inesperada, uma vez que a Grécia tem este tipo de
manifestação em outros locais, que não o futebol, e se disse atenta para coibir
esse tipo de prática em campos e arquibancadas. No entanto, lembrou que o caso
pode e deve ser tratado como crime e investigado pela polícia local.
O episódio aconteceu neste sábado, durante a 26ª rodada do
campeonato Grego. O AEK está no meio da tabela da competição, em 10º, com 29
pontos. Já o Veria se encontra em 13º, com apenas dois pontos a menos.
Leia mais sobre o tema na matéria publicana no Opera Mundi - Com crise e neonazismo, Grécia vive nova diáspora* epopulação encolhe
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Confira a nota da Federação Grega na íntegra:
Em reunião extraordinária neste domingo, 17 de março, 2013,
a Secretaria Executiva da Federação Grega de Futebol decidiu em resposta à
saudação nazista George Katidi o jogo AEK Veria e após análise de todos os
dados, por unanimidade, o seguinte:
A energia do jogador para saudar os espectadores de nazistas
é brutal e afeta profundamente todas as vítimas das atrocidades nazistas,
ferindo o caráter pacífico e profundamente humano do futebol. A Federação
condena de forma inequívoca e categoricamente a atitude.
No âmbito dos seus poderes de decidir a exclusão da vida de
George Katidi, a Federação Grega de Futebol previu fenômenos análogos e já
incluem a proibição desse tipo de ação nos contratos que os jogadores assinam
com as equipes.
A HFF está certa também que os órgãos disciplinares
competentes devem intervir de forma decisiva e impor as sanções previstas no
Código Disciplinar para o crime. Entre as penas mais pesadas no futebol, a
Fifa instituiu para tal casos o banimento total do atleta.
Finalmente, a Federação Grega de Futebol tomará todas as
medidas necessárias para preservar a natureza pacífica do futebol, e para
promover os valores da solidariedade, da cooperação e do respeito que professa.
Refletindo...
Momentos de crise como a que assola a Europa nos últimos anos são terreno fértil para a proliferação de ideias ultranacionalistas, de extrema direita tais como as que alimentam o movimento neonazista. A xenofobia é outro sentimento que é alimentado pela crise econômica muitas vezes incentivado pelo próprio governo que usa os imigrantes como "bode expiatório" da situação tentando se eximir de qualquer tipo de culpa.
* O termo diáspora (em grego antigo, διασπορά –
"dispersão") define o deslocamento, normalmente forçado ou
incentivado, de grandes massas populacionais originárias de uma zona
determinada para várias áreas de acolhimento distintas. O termo
"diáspora" é usado com muita frequência para fazer referência à
dispersão do povo hebreu no mundo antigo, a partir do exílio na
Babilônia no século VI a.C. e, especialmente, depois da
destruição de Jerusalém em 70 d.C.
Em termos gerais, diáspora pode significar a dispersão de
qualquer povo ou etnia pelo mundo. Todavia o termo foi originalmente
cunhado para designar à migração e colonização, por parte dos gregos, de
diversos locais ao longo da Ásia Menor e Mediterrâneo, de 800 a 600
a.C. Associada ao destino do povo hebreu, a palavra foi utilizada na
tradução da Septuaginta (em grego) da Bíblia, onde se inscrevia
como uma maldição: "Serás disperso por todos os reinos da terra."
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