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quarta-feira, abril 13, 2005

O "berço da civilização"


"O Espetáculo" Posted by Hello
A torcida da Inter de Milão deu um exemplo de mau comportamento no clássico contra o Milan, válido pelas quartas de final da Copa dos Campeões da UEFA.
Tudo começou aos 28 minutos do segundo tempo, quando o juiz anulou o gol de empate da Inter alegando uma falta sobre o goleiro, o brasileiro Dida. Não vem ao caso se a marcação foi acertada ou não, nada justifica o que ocorreu no estádio San Siro. Fato é que a "chuva" de sinalizadores ocorrida em Milão é mais um exemplo da falta de civilidade que vem fazendo parte dos custumes do cidadão europeu ao ir aos estádios.
Não é de hoje que a torcida européia em geral dá maus exemplos de comportamento nos estádios. São muitos os exemplos desde os Hooligans ingleses até os dias de hoje.
A última moda nos estádios europeus é a onda de intolerância racial. O preconceito atinge, principalmete, os jogadores extra comunitários.
Dois fenômenos ajudam a explicar esse fato: o recrudescimento geral do racismo no continente, sobretudo nos países que registraram aumento no fluxo de imigrantes na última década, e a contratação maciça, por parte dos clubes ricos, de jogadores oriundos da África e América do Sul. Na Liga dos Campeões, a maior e mais importante competição de clubes da Europa, 66 jogadores são brasileiros. Apenas a França possuí mais atletas inscritos no torneio - 69.
O comportamento racista, além de ser um absurdo, é uma incoerência por parte dos torcedores. Um exemplo disso é a equipe do Barcelona, que está à beira de sagrar-se campeão espanhol. Com certeza absoluta, o Barça não estaria onde está se não fossem jogadores como o brasileiro Ronaldinho - recém eleito melhor jogador do mundo - e o camaronês Eto'o - artilheiro do campeonato.
A ironia é que chegará o dia que todos os racistas teram que torcer por negros em suas seleções nacionais. Na França, por exemplo, o número de negros na seleção não passava de dois até a década de 80. Hoje, eles são mais da metade do time. Alemanha e Itália, quem diria, também aderiram. Pela primeira vez na história, os dois países têm um negro vestindo a camisa de suas seleções.
Viva o futebol brasileiro!

Um comentário:

Carol Morand disse...

Cunhado, já botei seu link lá no meu blog. Bjs.