Páginas

domingo, janeiro 13, 2013

“Ele poderia ter sido só mais um Pedro…”

Escrito por Rodrigo Pereira

Pedro Paulo de Oliveira, ou somente Pedrinho. Criado nas quadras de São Januário desde os 6 anos de idade e promovido ao elenco principal em 1995 se despede, enfim, das quatro linhas. Foram 5 anos integrando o time profissional até sua primeira saída e uma lista de títulos sem fim, dentre eles a inesquecível Libertadores da América de 1998 e a virada do século na Mercosul de 2000.

Pedrinho ficou eternizado por grandes passes, dribles e gols importantes. Revelado como promessa de um grande craque, conseguiu corresponder às expectativas. Marcado por humilhar os rivais, Pedrinho calou muitas vezes a torcida do nosso maior rival. Quis o destino que sua carreira fosse interrompida por diversas contusões, dentre elas algumas na qual colocava em dúvida a permanência da jovem promessa de São Januário nos campos. Predestinado a ser um vencedor, passou por cima de todas as lesões e deu continuidade ao que de melhor fez durante sua carreira de jogador, dar alegria ao torcedor Vascaíno.

Sua carreira ficou marcada por alguns episódios que estão eternizados no mundo do futebol. Em meio a uma final de Taça Guanabara, Pedrinho fez parte de um chocolate que não é esquecido até hoje. Além do título em cima dos rubros negros, essa final ficou marcada pela ousadia e provocação de Pedrinho. O gol que fechou a goleada surgiu depois de uma caneta humilhante no zagueiro Flamenguista, resultando em um pênalti que o próprio Pedrinho cobrou e comemorou com um pedido de silencio aos poucos que ali ainda permaneciam. O título já estava decidido, foi então que a estrela Vascaína levantou a bola e caprichosamente percorreu pelo gramado do Maracanã equilibrando a bola durante as perfeitas embaixadinhas. O delírio tomou conta. Se de um lado os Vascaínos gozavam daquele show, do outro lado à fúria era vista no rosto de poucos torcedores que ficaram até o fim.

Pedrinho… Era bonito de se ver. Vascaíno como nós, honrou cada minuto a Cruz de Malta. Jogou ao lado de grandes ídolos como Edmundo, Felipe e Juninho Pernambucano. Fez parte de um dos maiores times que a Colina histórica já viu. Unanimidade entre os torcedores do Vasco. Nome certo a ser cantado pela imensa torcida bem feliz a cada jogo do Vasco em São Januário no fim dos anos 90.

Por ironia do destino Pedrinho retornou ao Vasco no pior ano de sua história. Quis os deuses do futebol que suas lágrimas fossem derramadas juntas com as nossas. Momento que até hoje não sai da cabeça de nenhum Vascaíno. Isolado, sem chão, Pedrinho chorou como um bom e velho Vascaíno ao ver o Gigante se ajoelhar. Sorriu quando sorrimos, chorou quando choramos. Contudo, são detalhes, são infinitas as alegrias que esse grande jogador que foi revelado na nossa casa nos deu.

Felizes são aqueles que apreciaram esse garoto que cresceu e está dando adeus do futebol no mesmo local que começou. Todo Vascaíno tem direito por natureza de se orgulhar desse ídolo. Todo Vascaíno merece ver o Pedrinho mais uma vez em campo com a camisa do Vasco, nem que seja a ultima vez. Um ídolo que o futebol nos trouxe para nossas vidas, uma história de superação, um gênio, um craque. Pedrinho, ou simplesmente, um ídolo para todas as gerações. Dia 13 de Janeiro de 2013, o dia que promete ficar pra sempre no coração de cada um de nós Vascaínos, inclusive no do próprio Pedrinho.

Nenhum comentário: